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quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Com pizza e holandeses, Palmeiras prepara "festa italiana" para Marcos

Um dos maiores ídolos da história do Palmeiras, Marcos receberá homenagem da diretoria alviverde. Foto: Getty Images


O Palmeiras armou uma despedida em grande estilo para o goleiro Marcos nesta quarta-feira, na Academia de Futebol. O ex-camisa 12, que anunciou aposentadoria há alguns dias, dará uma coletiva de imprensa em um local improvisado pela diretoria no ginásio do clube, que preparou uma "festa italiana" com direito a pizza, música e os holandeses do Ajax.




Famoso por ser o "clube dos italianos" em São Paulo, o clube que um dia se chamou Palestra Itália enfeitou seu ginásio na Academia com diversos distintivos gigantes alviverdes, além de uma decoração toda dedicada ao ex-atleta. Dois telões mostravam centenas de defesas de Marcos ao longo da carreira, e eram embalados por músicas dos mais variados tipos.

Desde sucessos da banda Simple Plan até outras canções de bandas americanas, as diversas caixas de som espalhadas pelo local só eram interrompidas por narrações das maiores defesas do ex-goleiro, como na semifinal do Campeonato Paulista de 2008 contra o São Paulo e em duelo contra o Sport pela Libertadores.

Os fotógrafos, jornalistas e convidados presentes ao evento também poderiam saborear algumas fatias de pizza enrolada, típicas da culinária italiana que caracteriza o Palmeiras. Até imprensa internacional compareceu na Academia, mas por outro motivo especial: o Ajax, um dos maiores times dos Países Baixos, treinava no CT alviverde.

A equipe holandesa disputa um amistoso contra o Palmeiras no próximo sábado, no Pacaembu, e tem o Centro de Treinamento do time brasileiro à disposição ao longo dessa semana. Entretanto, o agora ex-goleiro palmeirense não parece fazer sucesso na Holanda. Um jornalista dos Países Baixos perguntou à reportagem de que se tratava toda essa recepção de gala.

Quando respondido que era devido à despedida do ex-camisa 12, que atuou no Palmeiras por 20 anos, o repórter mostrou desconhecimento: "não lembro". A "ignorância" tem explicação: a Holanda não disputou a Copa de 2002, vencida pelo Brasil com atuações memoráveis do agora ex-goleiro. E é justamente por causa desse torneio que todos os brasileiros, palmeirenses ou não, nunca esquecerão quem foi Marcos, um dos heróis do pentacampeonato mundial.

Exemplo de amor à camisa no futebol moderno

A carreira de Marcos pode ser classificada como uma das mais bonitas dos últimos anos. Mesmo consagrado e objeto de desejo de grandes clubes europeus durante a trajetória dentro dos gramados, o goleiro deu um raro exemplo de "amor à camisa" no futebol moderno. O camisa 12 permaneceu os quase 20 anos de vida futebolística na mesma instituição: a Sociedade Esportiva Palmeiras.

Com a camisa alviverde, Marcos conquistou os maiores títulos da organização paulista. Campeão brasileiro nos anos de 1993 e 1994, o goleiro alcançou o auge da carreira. Em um espaço de apenas três meses, deixou o banco de reservas para se tornar um dos principais responsáveis pelo título inédito da Copa Libertadores da América de 1999, a maior glória obtida pelo Palmeiras até hoje.

Já tratado como ídolo, Marcos conquistou ainda mais a torcida na edição seguinte da competição sul-americana. Embora tenha passado por um péssimo momento de pressão, após falhar na decisão do Mundial de 1999 (não conseguiu interceptar um cruzamento de Ryan Giggs, que resultou no gol do título do Manchester United, marcado por Roy Keane), o goleiro se tornou símbolo da vitoriosa geração alviverde ao novamente impedir o arquirrival Corinthians de seguir no torneio.

Na semifinal, Marcos defendeu o pênalti cobrado por Marcelinho Carioca, principal ídolo corintiano na época, e classificou o Palmeiras à decisão da Libertadores de 2000 - competição na qual o time acabou como vice-campeão.

Ídolo consolidado dentro do clube, Marcos atingiu o Brasil inteiro em 2002. Goleiro de confiança do técnico Luiz Felipe Scolari, o representante palmeirense vestiu a camisa 1 da Seleção Brasileira e teve participação fundamental na conquista do pentacampeonato, especialmente na decisão contra a Alemanha.

As grandes atuações despertaram o interesse europeu. O Arsenal, depois de conhecer o goleiro palmeirense na Copa do Mundo do Japão e da Coreia do Sul, buscou a contratação de Marcos. Entretanto, na contramão do futebol moderno de negócios, o jogador rejeitou a proposta e seguiu na instituição alviverde, apesar do rebaixamento à Série B do Brasileiro em 2003.

Marcos passou pela pior crise da história palmeirense sem ter o respeito adquirido durante o fim da década de 90. O jogador seguiu convivendo com lesões, alguns vexames (como a goleada de 7 a 2 para o Vitória, pela Copa do Brasil de 2003, no Palestra Itália) e grandes atuações. O último título conquistado pelo camisa 12 no único clube da carreira foi o Campeonato Paulista de 2008.

FICHA TÉCNICA

Nome: Marcos Roberto Silveira Reis
Posição: Goleiro
Cidade de nascimento: Oriente (SP)
Nascimento: 4 de agosto de 1973
Altura: 1,93 m
Camisa preferida: 12
Jogos pelo Palmeiras: 530
Jogos pela Seleção Brasileira: 29
Clubes: Palmeiras
Títulos: Campeonato Brasileiro (1993 e 1994); Campeonato Paulista (1994, 1996 e 2008); Copa do Brasil (1998); Copa Mercosul (1998); Copa Libertadores (1999); Torneio Rio-São Paulo (2000); Copa dos Campeões (2000); Campeonato Brasileiro Série B (2003).

Pela Seleção: Copa América (1999); Copa do Mundo (2002) e Copa das Confederações (2005)

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