Na onde do sucesso relâmpago que conquistaram no Brasil, alguns lutadores de MMA já começaram a fazer uma associação da modalidade com o futebol, esporte número um do país. Tudo começou com Anderson Silva assinando pelo Corinthians e chegou até José Aldo, que luta neste sábado sob contrato com o Flamengo.
Ainda de fora dessa nova fase de associação com clubes de futebol, Vitor Belfort adotou um discurso um pouco diferente dos companheiros nesta quarta-feira. Após treinar para o público na praia da Barra, o carioca admitiu que essa ligação pode acabar rendendo alguma confusão se não for bem administrada pelos lutadores.
“O importante é a motivação do clube em ter um atleta. Por que vai associar ao clube? O que clube tem a oferecer? Minha visão é muito mais empreendedora”, disse Belfort. “Pode ser um faca de dois gumes, corta por dois lados. Se tiver um Palmeiras x Corinthians, qual vai ser a motivação do torcedor. Acho que mesmo com o Flamengo, o vascaíno tem direito de torcer (pelo José Aldo), porque não tem nada a ver com o futebol. Importante é a maneira como a gente vai passar. O futebol ainda tem muita morte, muita violência. O UFC não tem violência, podemos ensinar isso. O importante é a maneira com que vamos fazer”, completou.
Apesar das ressalvas, o próprio Vitor Belfort já lutou por um clube de futebol. O curioso é que não foi pelo seu time de coração, o Flamengo. Vitor chegou a defender o rival Vasco, mas o acordo com o time cruzmaltino durou pouco. O lutador alega que a equipe não pagou o que havia combinado e cortou a verba para novos atletas.
Hoje, cinco lutadores do UFC têm acordos com clube de futebol: José Aldo com o Flamengo, Anderson Silva com o Corinthians, Minotauro com o Internacional, Paulo Thiago com o Cruzeiro e Thiago Tavares, que também luta no UFC Rio de sábado, com o Avaí. Até o norte-americano Chael Sonnen já teria tido conversas com o Palmeiras para enfrentar Spider com as cores alviverdes.
Outra linha – Wanderlei Silva e Júnior Cigano estão fora do card do UFC Rio II, mas também estão participando da semana de festa e deram as suas opiniões sobre a ligação do MMA com o futebol. Ambos até mostraram um pouco de cautela, mas foram totalmente a favor destes tipos de associações.
“Acho que é bom para gente. No MMA é difícil de acontecer a briga em um evento. Se aconteceu uma ou duas vezes foi muito. O primeiro UFC foi excelente, com muita gente torcendo para o Anderson que já era do Corinthians. Acho que vai ser uma boa coisa para gente. É um incentivo aos lutadores. Os brasileiros precisam desse incentivo, desse patrocínio. Os clubes estão dando esse suporte a mais e é isso que a gente precisa”, disse Júnior Cigano.
“Acho que é benéfico porque o Brasil é o país do futebol. Mas é um esporte totalmente diferente. O cara não vai deixar de torcer para o Aldo porque ele é do Flamengo. Agrega em mídia, agrega em patrocínio para o atleta... Acho bem válido. É só não confundir as coisas. Nosso público é bem educado, sabe que a luta é só ali dentro. Extravasar é só no grito, no apoio aos nosso atletas”, completou Wanderlei.
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