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quinta-feira, 27 de junho de 2013

O mundo meu é pequeno, Senhor.


Tem um rio e um pouco de árvores.
Nossa casa foi feita de costas para o rio.
Formigas recortam roseiras da avó.
Nos fundos do quintal há um menino e suas latas
maravilhosas.
Todas as coisas deste lugar já estão comprometidas
com aves.
Aqui, se o horizonte enrubesce um pouco, os
besouros pensam que estão no incêndio.
Quando o rio está começando um peixe,
Ele me coisa
Ele me rã
Ele me árvore.
De tarde um velho tocará sua flauta para inverter
os ocasos.

Manoel de Barros

Eu sou o medo da lucidez.



Choveu na palavra onde eu estava.
Eu via a natureza como quem a veste.
Eu me fechava com espumas.
Formigas vesúvias dormiam por baixo de trampas.
Peguei umas ideias com as mãos - como a peixes.
Nem era muito que eu me arrumasse por versos.
Aquele arame do horizonte que separava o morro do céu estava rubro.
Um rengo estacionou entre duas frases.
Um descor
Quase uma ilação do branco.
Tinha um palor atormentado a hora.
O pato dejetava liquidamente ali.

Manoel de Barros

O fingidor


O ermo que tinha dentro do olho do menino era um
defeito de nascença, como ter uma perna mais curta.
Por motivo dessa perna mais curta a infância do
menino mancava.
Ele nunca realizava nada.
Fazia tudo de conta.
Fingia que lata era um navio e viajava de lata.
Fingia que vento era cavalo e corria ventena.
Quando chegou a quadra de fugir de casa, o menino
montava num lagarto e ia pro mato.
Mas logo o lagarto virava pedra.
Acho que o ermo que o menino herdara atrapalhava
as suas viagens.
O menino só atingia o que seu pai chamava de ilusão.

Manoel de Barros

No descomeço era o verbo.

Só depois é que veio o delírio do verbo.
O delírio do verbo estava no começo, lá onde a
criança diz: Eu escuto a cor dos passarinhos.
A criança não sabe que o verbo escutar não funciona
para cor, mas para som.
Então se a criança muda a função de um verbo, ele
delira.
E pois.
Em poesia que é voz de poeta, que é a voz de fazer
nascimentos —
O verbo tem que pegar delírio.

Manoel de Barros

Experimentando a manhã dos galos


... poesias, a poesia é

- é como a boca
dos ventos
na harpa

nuvem
a comer na árvore
vazia que
desfolha a noite

raíz entrando
em orvalhos...

floresta que oculta
quem aparece
como quem fala
desaparece na boca

cigarra que estoura o
crepúsculo
que a contém

o beijo dos rios
aberto nos campos
espalmando em álacres
os pássaros

- e é livre
como um rumo
nem desconfiado...

Manoel de Barros

Um passarinho pediu a meu irmão para ser sua árvore.



Meu irmão aceitou de ser a árvore daquele passarinho.

No estágio de ser essa árvore, meu irmão aprendeu de

sol, de céu e de lua mais do que na escola.

No estágio de ser árvore meu irmão aprendeu para santo

mais do que os padres lhes ensinavam no internato.

Aprendeu com a natureza o perfume de Deus

seu olho no estágio de ser árvore aprendeu melhor o azul

E descobriu que uma casa vazia de cigarra esquecida

no tronco das árvores só serve pra poesia.

No estágio de ser árvore meu irmão descobriu que as árvores são vaidosas.

Que justamente aquela árvore na qual meu irmão se transformara,

envaidecia-se quando era nomeada para o entardecer dos pássaros

e tinha ciúmes da brancura que os lírios deixavam nos brejos.

Meu irmão agradecia a Deus aquela permanência em árvore

porque fez amizade com muitas borboletas."

Manoel de Barros

Difícil fotografar o silêncio.


Entretanto tentei. Eu conto:
Madrugada, a minha aldeia estava morta. Não se via ou ouvia um barulho, ninguém passava entre as casas. Eu estava saindo de uma festa,.
Eram quase quatro da manhã. Ia o silêncio pela rua carregando um bêbado. Preparei minha máquina.
O silêncio era um carregador?
Estava carregando o bêbado.
Fotografei esse carregador.
Tive outras visões naquela madrugada. Preparei minha máquina de novo. Tinha um perfume de jasmim no beiral do sobrado. Fotografei o perfume. Vi uma lesma pregada na existência mais do que na pedra.
Fotografei a existência dela.
Vi ainda um azul-perdão no olho de um mendigo. Fotografei o perdão. Olhei uma paisagem velha a desabar sobre uma casa. Fotografei o sobre.
Foi difícil fotografar o sobre. Por fim eu enxerguei a nuvem de calça.
Representou pra mim que ela andava na aldeia de braços com maiakoviski – seu criador. Fotografei a nuvem de calça e o poeta. Ninguém outro poeta no mundo faria uma roupa
Mais justa para cobrir sua noiva.
A foto saiu legal.

Manoel de Barros

O rio que fazia uma volta


atrás da nossa casa
era a imagem de um vidro mole...

Passou um homem e disse:
Essa volta que o rio faz...
se chama enseada...

Não era mais a imagem de uma cobra de vidro
que fazia uma volta atrás da casa.
Era uma enseada.
Acho que o nome empobreceu a imagem.

Manoel de Barros

Prezo insetos mais que aviões.


Prezo a velocidade
das tartarugas
mais que a dos mísseis.
Tenho em mim
esse atraso de nascença.
Eu fui aparelhado
para gostar de passarinhos.
Tenho abundância
de ser feliz por isso.
Meu quintal
É maior do que o mundo.

Manoel de Barros

A maior riqueza do homem



A maior riqueza do homem
é a sua incompletude.
Nesse ponto sou abastado.
Palavras que me aceitam como sou - eu não aceito.

Não agüento ser apenas um sujeito que abre portas,
que puxa válvulas, que olha o relógio,
que compra pão às 6 horas da tarde,
que vai lá fora, que aponta lápis,
que vê a uva etc. etc.

Perdoai
Mas eu preciso ser Outros.
Eu penso renovar o homem usando borboletas.

Manoel de Barros

quarta-feira, 26 de junho de 2013

Arte na rua

Arte

Xícaras de café

Montagem incrível

Arte na rua

Arte simples com apenas um papel dobrado!

Homem de lápis e latinha

Bem criativa

Um papel de parede bem criativo

Sobre as manifestações

terça-feira, 25 de junho de 2013

A sua beleza é igual a de uma flor

Algumas notas antigas brasileiras



































O mundo precisa de mais amor

Qual livro vocês me aconselha a ler ?

O criador de poemas


Crio 
Por que 
Gosto
Gosto
De brincar 
Com as palavras
Gosto de viver 
Gosto de conhecer
Gosto de renascer .
No mundo a onde 
Sou o criador de poemas 
Não só crio poemas,
Mas que também 
Crio  outros mundos, 
Por isso crio e recrio 
Poemas, mas sou 
Apenas um criador 
De poemas, mas 
Necessariamente
O Poeta da Madrugada .

Escrito por Alex Lopes Ozorio  

"Com sorte você atravessa o mundo, sem sorte você não atravessa a rua." - Nelson Rodrigues

Foto: "Com sorte você atravessa o mundo, sem sorte você não atravessa a rua." - Nelson Rodrigues

Poema

Poema meche
Com o sentimento,
Sentimento com emoção
Posso ser feliz,
Se você deixar
Eu conquistar
Seu coração ....
Nan Ozorio Alex, O poeta da madrugada 

Quando estou lendo um livro , me sinto navegando no mar das letras

Antoni Gaudí




Arquiteto
25-6-1852, Reus, Espanha
10-6-1926, Barcelona



Sem dúvida, um dos maiores representantes do modernismo. Gaudí estudou arquitetura em Barcelona, entrando em contato com importantes mestres. Desde suas primeiras obras, mostrou interesse especial por um dos princípios formais mais importantes da nova corrente artística: a unidade do objeto artístico e os laços entre o artista e o artesão. Gaudí parte de uma concepção globalizadora da arquitetura – ela não é unicamente estrutura, integra também a ornamentação. Admirador da arte grega e do estilo mudéjar, sentiu-se cada vez mais atraído pelas possibilidades criativas assumidas pelas formas góticas. Seu interesse pela melhoria do sistema estrutural gótico levou-o a criar um novo tipo de arquitetura, que definiu como naturalista, fundamentada na utilização dos materiais até o limite da resistência. Da década de 80 do século XIX datam suas primeiras grandes realizações, como a casa Vicens (1883-1888) e o palácio Güell (1885-1889), em Barcelona; e o palácio episcopal de Astorga (iniciado em 1887) e a Casa de los Boines (1891-1892), em Léon. Em 1883, assumiu a continuação do templo da Sagrada Família, uma catedral neogótica em que fez profundas transformações. Durante a primeira década do século XX, desenhou o parque Güell (1990-1914), a Casa Batlló (1904-1906), com seus balcões curvilíneos, e a casa Milà (1906-1912), na qual combina a planta livre e as grandes aberturas com uma decoração de terraços e chaminés de cerâmica branca. Sua obra teve grande influência nas vanguardas históricas da arquitetura.

Campanha Hemocentro: Doe Sangue, doe vida






Meus amigos e amigas este vídeo é um trabalho que tem a missão de demonstrar a importância de se doar sangue e convidar as pessoas a serem doadoras. 

domingo, 23 de junho de 2013

O dia em que o Brasil acordou

Um dia vi meu país
Acordar depois de anos
Quieto vendo as coisas
Ocorrendo e nada fazendo.
Mas depois de vários anos
Vi que não era só eu em que
Estava preocupado com o
Futuro da minha nação, mas
A maioria das pessoas que
Hoje estão na ruas exigindo
Seus direitos também pensam
No futuro do nosso país que
Esta difícil, pois a corrupção
Está destruindo com o futuro da
Nação, educação, saúde e segurança
São uma das piores do mundo,
Mas agora o povo acordou e esta
Nas ruas exigindo seus direitos
De norte á sul do país o povo
Esta nas ruas protestando pelo
Seus direitos para que no Futuro
O país possa ser um país melhor,
Pois hoje o país não esta em seu
Melhor momento, pode melhorar ?
Pode, pois o povo acordou e os
Nossos políticos terão que agir, pois
Agora eles não conseguiram dormi .


Escrito por Alex Lopes Ozorio, O poeta da madrugada

Imagens de alguns animais ameaçados de extinção


Vamos preservar nossas espécie antes que 
possamos ver estes animais em fotografia 

A leitura engradece a alma