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domingo, 10 de março de 2013

À espreita




Inventar uma lua cheia
que ilumine teu caminho
parece ser minha saga,
meu inevitável destino.


Aprisionar a furiosa ventania
que ameaça teus cabelos
parece ser minha magia,
minha força na ponta dos dedos.


Dobrar a copa das árvores
e na tempestade
proteger-te das águas
parece ser minha sina,
meu cuidado extremo.


Impedir o sol forte
de banhar-te
a pele maravilhosa
parece ser minha derradeira
metamorfose:
transmutar-me em espessa
nuvem negra
e filtrar os raios
do ardente mormaço.


Parece ser minha ventura
acompanhar-te,
viver à sombra de teus passos
e quando exausta chegares
ao fim da longa e inútil
jornada,
de braços abertos
esperar-te.

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