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terça-feira, 19 de março de 2013

Vida Poética



Os versos não fluem,
meus pensamentos estão certos,
seguros e resolutos demais.

Deixaram de ser aqueles seres-póeticos.
Perderam a ambigüidade,
o seu caráter de recém-descobertos.

Não posso mais chamá-los de versos,
mas não quero chamá-los de frase.
Não quero que, em mim, a poesia acabe
e que se acabe o meu mundo
de universos poéticos.

A cada grau de certeza,
perco um grau de beleza,
e a pureza das palavras,
a sua própria natureza,
se torna sólida,
como pedra,
que nos diz nada,
pedra que não pode ser lapidada,

Preciso do mundo,
esse lugar incerto.

Preciso de pessoas,
de dúvidas,
talvez do medo,
esse sentimento obscuro
que, sem mais nem menos,
nos mostra que nos imaginamos
sempre menos do que podemos.

Preciso da vida,
em todas as suas cores,
em toda a sua complexidade.

A vida, essa sim,
é a mãe de todos poetas,
a entidade incerta que deve ser consumida.

A vida, enfim,
é o elixir da vida.

- Por Leonardo Schabbach

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