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sexta-feira, 16 de março de 2012

Experimento do CERN mostra que neutrinos não são mais rápidos que a luz

AFP 
GENEBRA, 16 Mar 2012 (AFP) -Os neutrinos não superaram a velocidade da luz, de acordo com novos cálculos de um teste realizado no ano passado que sugeriu que as partículas quebraram o limite de velocidade do universo, um resultado que questionou a física de Einstein, informou o CERN nesta sexta-feira.

As novas medições foram realizadas por uma equipe independente da dos cientistas que fizeram o anúncio provisório, mas extremamente polêmico, sobre as partículas mais rápidas que a luz.

"Essa descoberta indica que os neutrinos não excederam a velocidade da luz", informou o Centro Europeu de Pesquisa Nuclear (CERN) em um comunicado divulgado à imprensa.

O CERN anunciou no mês passado que problemas técnicos podem ter distorcido os resultados iniciais, algo de que os críticos da descoberta sempre suspeitaram.

A controvérsia começou em setembro, quando a equipe de especialistas OPERA anunciou cautelosamente que partículas subatômicas chamadas de neutrinos viajaram seis quilômetros por segundo mais rápido que a velocidade da luz, descrevida por Einstein como a velocidade máxima no Cosmos.

Os neutrinos foram cronometrados entre sua saída do gigantesco laboratório subterrâneo do Cern, perto de Genebra, e depois, após viajar 732 quilômetros pela crosta terrestre, e sua chegada ao Gran Sasso Laboratory, na Itália.

Para realizar esta viagem, os neutrinos deveriam ter levado 0,0024 segundos. No entanto, as partículas foram cronometradas chegando 0,00000006 (60 nanossegundos) antes do esperado.

Sabendo que sua descoberta provocaria uma tempestade no mundo científico, a equipe OPERA pediu para que outros físicos realizassem suas próprias medições para corroborar ou refutar o que eles observaram.

Como parte desta verificação, um experimento chamado ICARUS, do Gran Sasso Laboratory, analisou de forma diferente o voo de sete neutrinos que já havia sido capturado pela equipe OPERA.

"Segundo as medidas do ICARUS, a velocidade dos neutrinos não supera a da luz", explicou Carlo Rubbia, vencedor de um prêmio Nobel e porta-voz do projeto ICARUS.

Mas ele e o diretor do CERN Sergio Bertolucci defenderam fervorosamente o direito dos cientistas de fazerem anúncios excepcionais e o direito de outros de verificarem as informações.

"Independentemente do resultado, o experimento do OPERA se comportou com uma perfeita integridade científica, ao submeter suas medições a outros cientistas e convocar a realização de medições independentes. É assim que a ciência funciona", considerou Bertolucci.

Rubbia acrescentou: "Estas são medidas difíceis e sensíveis para fazer e eles ressaltam a importância do processo científico".

Em fevereiro, o CERN afirmou que a equipe OPERA verificava uma conexão a cabo e um instrumento de tempo chamado de oscilador, que pode ter distorcido as medidas do tempo de viagem dos neutrinos.

Reforçando este cenário, Bertolucci afirmou nesta sexta-feira que "as evidências estão começando a apontar que o resultado OPERA seja um artefato da medição".

Mas ele ressaltou que outras verificações estavam sendo feitas, inclusive novos experimentos com feixes de partículas em maio, "para dar o veredicto final".

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