Informações R7
Um representante das Nações Unidas (ONU) disse nesta segunda-feira (13) que mais de 8.000 pessoas já morreram no conflito envolvendo o governo do ditador Bashar al Assad e a oposição na Síria.
Nassir Adbulaziz Al Nasser, presidente da Assembleia Geral da ONU, destacou que "as condições na Síria são atrozes", durante um discurso no Parlamento europeu em Estrasburgo.
"Mais de 8 mil pessoas morreram até agora, incluindo mulheres e crianças. As violações dos direitos humanos são generalizadas e sistemáticas", revelou Al Nasser em discurso, publicado pelo bureau da ONU em Nova York.
O número de refugiados internos na Síria já chega a 200 mil devido à crise político-social que atinge o país, informou nesta terça-feira (13) a ONU, baseando-se em números divulgados pela divisão local da ONG Crescente Vermelho.
O novo coordenador da ONU para os refugiados sírios, Panos Moumtzis, disse que o número de refugiados internos pode ser inclusive mais elevado. O número divulgado por Moumtzis representa quase o triplo dos 70 mil comunicados nesta segunda-feira pela comissão que investiga, por encomenda da ONU, as violações de direitos humanos na Síria.
Moumtzis afirmou que não podia oferecer detalhes das províncias mais afetadas pelos deslocamentos forçados, já que se trata de um número fornecido pelo Crescente Vermelho da Síria.
Ele indicou ainda que 30 mil sírios buscaram refúgio em países vizinhos. A maioria se dirigiu à Turquia, onde cerca de 13 mil sírios permanecem há quase um ano em sete acampamentos, enquanto o Líbano acolhe mais de 10.000 refugiados e a Jordânia, outros 7.000.
A Turquia chegou a receber 23.000 sírios, mas se estima que cerca de 10.000 retornaram a seu país. Nomeado coordenador para a Síria pelo Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (Acnur), Moumtzis reconheceu que não é a comunidade internacional que está registrando a maioria de refugiados sírios, mas os países de amparo e, mais especificamente, as comunidades que os acolhem.
Segundo ele, a Turquia está "proporcionando a maior parte de ajuda" a esses refugiados, inclusive atendimento médico gratuito, enquanto, no caso do Líbano, o tratamento médico é financiado pelo Acnur, com exceção dos casos mais graves, que são transferidos a hospitais, onde todas as despesas são cobertas pelo governo.
O representante da ONU elogiou os governos turco, libanês e jordaniano por manter sua política de "fronteiras abertas" com a Síria.
Nesta segunda, Um total de 47 corpos, em sua maioria de mulheres e crianças, foram encontrados nesta segunda (12) no bairro de Karm el Zaitun, na cidade central de Homs, informou o grupo opositor Comitês de Coordenação Local na Síria.
Segundo um comunicado dos Comitês, os cadáveres são vítimas de um novo massacre cometido pelo regime sírio, e com eles se eleva até 108 o número de mortos registrados nas últimas 24 horas.
Os assassinatos são atribuídos pelos militantes da oposição às forças do regime de Bashar al Assad e pela televisão oficial síria a "grupos terroristas". Hadi Abdallah, militante local da Comissão Geral da Revolução Síria, exibiu um vídeo como prova da acusação e afirmou à agência AFP:
- Os corpos de pelo menos 47 mulheres e crianças foram encontrados nos bairros de Karm al-Seitum e Al-Adauieh, alguns deles degolados e outros esfaqueados pelos Shabiha (milícias do regime).
Segundo Abdallah, "membros do Exército Sírio Livre (ESL, formado por militares dissidentes) conseguiram transportar os corpos para o bairro de Bab Sebaa, considerado mais seguro".
Assim conseguiram filmar os corpos.
- Algumas vítimas foram degoladas com facas, outras apunhaladas, outras, sobretudo as crianças, foram atacadas na cabeça por objetos cortantes. Uma menina foi mutilada e algumas mulheres foram violentadas antes do assassinato.
"Os Estados que apoiam o regime são cúmplices de seus atos e crimes", afirma o Conselho Nacional Sírio (CNS) em um comunicado, em referência a Rússia e China, que respaldam o regime de Assad e bloquearam duas resoluções da ONU de condenação à repressão.
A televisão estatal, no entanto, acusou "grupos terroristas armados" de terem "sequestrado cidadãos em bairros de Homs e filmado para provocar reações internacionais contra a Síria".
Centenas de famílias abandonaram os bairros de Homs, especialmente Karm al-Seitum, durante a madrugada, segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH), que tem sede no Reino Unido.
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