Milhares de partidários do governo da Síria acompanharam neste sábado os funerais de vítimas de um suposto ataque suicida em Damasco, que deixou 26 mortos na sexta-feira. A oposição pediu uma investigação sobre o caso, alegando que o governo do presidente Bashar Al-Assad, alvo de protestos há dez meses, forja ataques para assustar a população e influenciar a comunidade internacional.
Um cortejo de ambulâncias, com os faróis piscando, transportou os caixões das vítimas para uma mesquita de Damasco, passando pelas ruas lotadas de cidadãos em luto, mostrou a televisão estatal.
As multidões gritavam "O povo quer Bashar Al-Assad!" e "O povo da Síria é um só!". Além disso, um grupo de mulheres usava roupas prestas com a foto do presidente e a frase: “O escudo da Síria”.
Segundo o governo, o ataque de sexta-feira aconteceu quando um homem-bomba detonou explosivos contra um ônibus policial no bairro de Mildan. Horas após a explosão, tropas sírias atiraram contra manifestantes da oposição em duas regiões do país, deixando 20 mortos, segundo ativistas.
A violência marca um dramático aumento do derramamento de sangue na Síria, enquanto observadores da Liga Árabe visitam o país para investigar se o governo está cumprindo um acordo feito com o grupo para tentar parar com a violência.
A missão de monitoramento irá emitir suas primeiras análises domingo, durante um encontro em Cairo.
Na reunião, ministros das Relações Exteriores árabes devem discutir a possibilidade de pedir ajuda à ONU (Organização das Nações Unidas) para a missão na Síria.
A proposta do Catar é convidar técnicos da ONU e especialistas em direitos humanos para ajudar supervisores árabes a avaliar se a Síria está honrando com a promessa de interromper a repressão, disseram fontes da Liga Árabe.
Os chanceleres também discutirão medidas para permitir que a missão opere mais independentemente em relação às autoridades sírias, informaram fontes da Liga Árabe.
A violência continuou desde que os monitores começaram a trabalhar na Síria, no dia 26 de dezembro, com o relato de muitas mortes.
O primeiro-ministro do Catar, xeique Hamad bin Jassim al-Thani, afirmou que a Síria não está implementando o acordo e que os supervisores não podiam ficar no país "perdendo tempo".
Fontes na Liga Árabe disseram que ministros devem reafirmar o apoio aos supervisores, resistindo aos pedidos para encerrarem o que partidários pró-democracia da Síria chamam de uma missão sem propósito e que meramente dá mais tempo para o presidente reprimir seus opositores.
A Síria afirmou que está ajudando os supervisores no que eles precisam. "O que estamos buscando é objetividade e profissionalismo", afirmou na semana passada o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Jihad Makdesi.
Com Reuters e AP
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