Os funerais, retransmitidos pela televisão estatal, começaram após as orações do meio-dia na mesquita Hasan, no bairro histórico de Midan, onde um piloto suicida provocou a morte de 26 pessoas e 63 feridos.
Rodeado de personalidades religiosas, o mufti de Damasco, Bashir Eid, pronunciou um discurso na mesquita frente a vários ministros, responsáveis políticos e fieis.
Do lado de fora, milhares de sírios portavam bandeiras e retratos do presidente Bashar al-Assad, e gritavam: "Com nossa alma e nosso sangue nos sacrificaremos por ti, Bashar!".
As autoridades atribuíram o atentando suicida, ocorrido duas semanas depois de um ataque similar, a "terroristas", enquanto que os opositores acusam o regime.
O jornal do partido no poder, Baas, publicou neste sábado fotos dos falecidos e de restos humanos, estimando que o atentado busca diminuir o papel "indiscutível" de Damasco na região.
Ainda neste sábado, ao menos mais quatro civis morreram pelos disparos das forças de segurança em Homs, um dos pilares da oposição ao regime de Bashar al-Assad no centro da Síria, informou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).
Segundo a organização, com sede na Grã-Bretanha, outros três civis que foram feridos da véspera por disparos em Harasta, na região de Damasco, também faleceram neste sábado.
No dia 23 de dezembro, um duplo atentado com carro-bomba na sede dos serviços de segurança, que deixou 44 mortos e 150 feridos, foi atribuído pela Síria à rede Al-Qaeda, enquanto que a oposição acusou o regime.
A ONU calcula que umas 5.000 pessoas foram mortas desde o início da revolta popular contra o governo de Al-Assad a meados de março.
"O terrorismo no se trata, se extirpa, sua erradicação é inevitável", afirmou o jornal oficial As Saura, que acusa os islâmicos do ataque.
"Eles cometeram crimes em excesso no passado e hoje os reconhece abertamente em sinal de desafio", disse o jornal, em alusão aos sangrentos atentados cometidos nos anos 1980 na Síria pela Irmandade Muçulmana, então em guerra contra o regime baasista.
O Hezbolá libanês, aliado da Síria, acusa os Estados Unidos de estar atrás do atentado suicida.
No Irã, um porta-voz do ministério de Relações Exteriores, Ramin Mehmanparast, condenou "energicamente" o ataque e acusou os inimigos da Síria, que só pensam em guerra civil, em dividir o país e em submetê-lo às exigências de sionistas.
Os Estados Unidos, por sua vez, também condenaram energicamente o atentado, conforme declarou a porta-voz do Departamento de Estado, Victoria Nuland.
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