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sábado, 6 de outubro de 2012

A Literatura no Brasil

Embora tardia, levando-se em consideração a situação histórica da Colônia, a produção literária no Brasil é bastante significativa e pôde se difundir ao longo do território a partir do século XIX com o fim da censura à imprensa vigente no Segundo Império. A partir de então, cada vez mais os autores (jornalistas, advogados, professores, intelectuais, políticos etc.) dispunham de meios para ver impressos nos jornais (e também em livros) seus escritos, seus ensaios, seus romances, seus poemas. 

Com o alvorecer do século XX, não eram poucos os autores brasileiros nacionalmente e internacionalmente conhecidos, refletindo o desenvolvimento das letras nacionais. Como é o caso de Julia Lopes de Almeida (1862-1934), escritora carioca agraciada com menção honrosa na França, de onde vinham muitos dos modelos literários brasileiros, por sua contribuição literária.


A reclamação, naquela época, era com relação ao número incipiente de leitores e freqüentadores de teatros, reduzidos somente às camadas mais altas da população, que podiam arcar com o luxo de adquirir as publicações e freqüentar as peças, geralmente vindas de outros países. Mas nem mesmo esse agravante impossibilitou que a literatura brasileira seguisse seu rumo e que seus principais escritores continuassem escrevendo e traduzindo obras vindas de outros países.


Divisor de águas na produção artística brasileira, a Semana de Arte Moderna trouxe de vez a literatura de vanguarda de uma maneira bem brasileira, embora pautada nos principais movimentos artísticos europeus. A partir de então, houve um movimento crescente na produção literária brasileira estendendo-se até os dias de hoje, representando os mais diversos aspectos da cultura e da sociedade brasileira.




Cartaz de Di Cavalcanti para a Semana de Arte Moderna de 1922, em São Paulo

A maior crítica que se faz, nos dias de hoje, é com relação à situação do mercado editorial, que ainda oferece livros muito caros, inviabilizando seu acesso a todas as camadas da população. Esse quadro vem mudando de uns tempos pra cá, com o advento de edições chamadas pocket (geralmente de clássicos da literatura e de livros que já perderam os direitos autorais, isto é, que se encontram emdomínio público), com a aquisição de livros pelo governo em programas de incentivo à leitura e modernização de bibliotecas escolares entre outros.


Outro aspecto, intimamente ligado com a leitura e a escrita está relacionada à educação. Pois o Brasil carece de condições que incentive não apenas a alfabetização, mas o estímulo à leitura e à escrita na escola. Embora haja diversos programas e grupos empenhados em reverter essa situação, o país ainda está longe de ser um país voltado à literatura, diferentemente dos países desenvolvidos. É geralmente nos grandes centros que vemos a produção, publicação e divulgação dos autores e, mesmo assim, permanecendo inacessíveis a muitos grupos sociais.


Apesar dos percalços mercadológicos, educacionais, sociais e históricos, percebe-se um aumento de publicações nacionais nos últimos anos, em razão da facilidade que um autor tem, hoje em dia, de procurar uma casa editorial e também do interesse em promover a literatura brasileira e nosso mercado editorial. No entanto, em alguns casos, o autor iniciante que quer ver sua obra impressa em forma de livro necessita arcar com parte da publicação de seus escritos.


O país conta também com a Câmara Brasileira do Livro, órgão sem fins lucrativos que atua na promoção do mercado editorial brasileiro. A CBL é responsável desde 1959 pelo prêmio Jabuti, maior premiação de literatura no território, que premia anualmente desde romances a livros didáticos e projetos gráficos.

Com o advento da internet, não são poucos os grupos de “internautas” que vêm disseminando a literatura na web. Grupos de discussão em fóruns e em comunidades das chamadas redes sociais e blogs voltados à literatura e à educação têm movimentado não apenas as discussões e críticas acerca da produção literária (nacional e internacional), mas também o mercado editorial, que vê nesse tipo crescente de discussão um meio de divulgação. Assim, pode-se dizer que há mais uma geração de leitores brasileiros, influenciada pela internet. Dizer que há uma “nova” geração de leitores pareceria equivocado, pois leitores “tradicionais” de clássicos da literatura e freqüentadores de bibliotecas físicas (não apenas as virtuais) sempre existirão.

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