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quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Chega de Saudade


Vai, minha tristeza, e diz a ela
Que sem ela não pode ser
Diz-lhe, numa prece, que ela regresse
Porque eu não posso mais sofrer

Chega de saudade, a realidade é que sem ela
Não há paz, não há beleza
É só tristeza e a melancolia
Que não sai de mim, não sai de mim, não sai

Mas, se ela voltar, se ela voltar
Que coisa linda, que coisa louca
Pois há menos peixinhos a nadar no mar
Do que os beijinhos que eu darei na sua boca

Dentro dos meus braços
Os abraços hão de ser milhões de abraços
Apertado assim, colado assim, calado assim
Abraços e beijinhos e carinhos sem ter fim

Que é pra acabar com esse negócio de viver longe de mim
Não quero mais esse negócio de você viver assim
Vamos deixar desse negócio de você viver sem mim.

Vinícius de Moraes

Se você quer ser minha namorada

Ai, que linda namorada
Você poderia ser
Se quiser ser somente minha
Exactamente essa coisinha
Essa coisa toda minha
Que ninguém mais pode ser
Você tem que me fazer um juramento
De só ter um pensamento
Ser só minha até morrer
E também de não perder esse jeitinho
De falar devagarzinho
Essas histórias de você
E de repente me fazer muito carinho
E chorar bem de mansinho
Sem ninguém saber porquê
E se mais do que minha namorada
Você quer ser minha amada
Minha amada, mas amada pra valer
Aquela amada pelo amor predestinada
Sem a qual a vida é nada
Sem a qual se quer morrer
Você tem que vir comigo
Em meu caminho
E talvez o meu caminho
Seja triste pra você
Os seus olhos têm que ser só dos meus olhos
E os seus braços o meu ninho
No silêncio de depois
E você tem que ser a estrela derradeira
Minha amiga e companheira
No infinito de nós dois.


Vinícius de Moraes

Ternura

Eu te peço perdão por te amar de repente
Embora o meu amor
seja uma velha canção nos teus ouvidos
Das horas que passei à sombra dos teus gestos
Bebendo em tua boca o perfume dos sorrisos
Das noites que vivi acalentando
Pela graça indizível
dos teus passos eternamente fugindo
Trago a doçura
dos que aceitam melancolicamente.
E posso te dizer
que o grande afeto que te deixo
Não traz o exaspero das lágrimas
nem a fascinação das promessas
Nem as misteriosas palavras
dos véus da alma...
É um sossego, uma unção,
um transbordamento de carícias
E só te pede que te repouses quieta,
muito quieta
E deixes que as mãos cálidas da noite
encontrem sem fatalidade
o olhar estático da aurora.

Vinícius de Moraes

Soneto do Amor Total


Amo-te tanto, meu amor ... não cante
O humano coração com mais verdade ...
Amo-te como amigo e como amante
Numa sempre diversa realidade.

Amo-te afim, de um calmo amor prestante
E te amo além, presente na saudade.
Amo-te, enfim, com grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante.

Amo-te como um bicho, simplesmente
De um amor sem mistério e sem virtude
Com um desejo maciço e permanente.

E de te amar assim, muito e amiúde
É que um dia em teu corpo de repente
Hei de morrer de amar mais do que pude.

Vinícius de Moraes

Tomara

Que você volte depressa
Que você não se despeça
Nunca mais do meu carinho
E chore, se arrependa
E pense muito
Que é melhor se sofrer junto
Que viver feliz sozinho

Tomara
Que a tristeza te convença
Que a saudade não compensa
E que a ausência não dá paz
E o verdadeiro amor de quem se ama
Tece a mesma antiga trama
Que não se desfaz

E a coisa mais divina
Que há no mundo
É viver cada segundo
Como nunca mais...

Vinícius de Moraes

Um dia



Um dia a maioria de nós irá se separar. Sentiremos saudades de todas as conversas jogadas fora, as descobertas que fizemos, dos sonhos que tivemos, dos tantos risos e momentos que compartilhamos...

Saudades até dos momentos de lágrima, da angústia, das vésperas de finais de semana, de finais de ano, enfim... do companheirismo vivido... Sempre pensei que as amizades continuassem para sempre...

Hoje não tenho mais tanta certeza disso. Em breve cada um vai pra seu lado, seja pelo destino, ou por algum desentendimento, segue a sua vida, talvez continuemos a nos encontrar, quem sabe... nos e-mails trocados...

Podemos nos telefonar... conversar algumas bobagens. Aí os dias vão passar... meses... anos... até este contato tornar-se cada vez mais raro. Vamos nos perder no tempo...

Um dia nossos filhos verão aquelas fotografias e perguntarão: Quem são aquelas pessoas? Diremos que eram nossos amigos. E... isso vai doer tanto!!! Foram meus amigos, foi com eles que vivi os melhores anos de minha vida!

A saudade vai apertar bem dentro do peito. Vai dar uma vontade de ligar, ouvir aquelas vozes novamente... Quando o nosso grupo estiver incompleto... nos reuniremos para um último adeus de um amigo. E entre lágrima nos abraçaremos...

Faremos promessas de nos encontrar mais vezes daquele dia em diante. Por fim, cada um vai para o seu lado para continuar a viver a sua vidinha isolada do passado... E nos perderemos no tempo...

Por isso, fica aqui um pedido deste humilde amigo: não deixes que a vida passe em branco, e que pequenas adversidades sejam a causa de grandes tempestades...

Eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores... mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos!!!

Vinícius de Moraes

Eu não existo sem você


Eu sei e você sabe, já que a vida quis assim
Que nada nesse mundo levará você de mim
Eu sei e você sabe que a distância não existe
Que todo grande amor
Só é bem grande se for triste
Por isso, meu amor
Não tenha medo de sofrer
Que todos os caminhos
Me encaminham pra você

Assim como o oceano
Só é belo com luar
Assim como a canção
Só tem razão se se cantar
Assim como uma nuvem
Só acontece se chover
Assim como o poeta
Só é grande se sofrer
Assim como viver
Sem ter amor não é viver
Não há você sem mim
Eu não existo sem você.

Vinícius de Moraes

A Felicidade


Tristeza não tem fim
Felicidade sim

A felicidade é como a pluma
Que o vento vai levando pelo ar
Voa tão leve
Mas tem a vida breve
Precisa que haja vento sem parar

A felicidade do pobre parece
A grande ilusão do carnaval
A gente trabalha o ano inteiro
Por um momento de sonho
Pra fazer a fantasia
De rei ou de pirata ou jardineira
Pra tudo se acabar na quarta-feira

Tristeza não tem fim
Felicidade sim

A felicidade é como a gota
De orvalho numa pétala de flor
Brilha tranqüila
Depois de leve oscila
E cai como uma lágrima de amor

A felicidade é uma coisa boa
E tão delicada também
Tem flores e amores
De todas as cores
Tem ninhos de passarinhos
Tudo de bom ela tem
E é por ela ser assim tão delicada
Que eu trato dela sempre muito bem

Tristeza não tem fim
Felicidade sim

A minha felicidade está sonhando
Nos olhos da minha namorada
É como esta noite, passando, passando
Em busca da madrugada
Falem baixo, por favor
Pra que ela acorde alegre com o dia
Oferecendo beijos de amor.

Vinicius de Moraes

Pela luz dos olhos teus

Quando a luz dos olhos meus
E a luz dos olhos teus
Resolvem se encontrar
Ai que bom que isso é meu Deus
Que frio que me dá o encontro desse olhar
Mas se a luz dos olhos teus
Resiste aos olhos meus só p'ra me provocar
Meu amor, juro por Deus me sinto incendiar
Meu amor, juro por Deus
Que a luz dos olhos meus já não pode esperar
Quero a luz dos olhos meus
Na luz dos olhos teus sem mais lará-lará
Pela luz dos olhos teus
Eu acho meu amor que só se pode achar
Que a luz dos olhos meus precisa se casar.

Vinícius de Moraes

Uma Mulher Chamada Guitarra


Vinicius de Moraes


UM DIA, casualmente, eu disse a um amigo que a guitarra, ou violão, era "a música em forma de mulher". A frase o encantou e ele a andou espalhando como se ela constituísse o que os franceses chamam um mot d'esprit. Pesa-me ponderar que ela não quer ser nada disso; é, melhor, a pura verdade dos fatos.

0 violão é não só a música (com todas as suas possibilidades orquestrais latentes) em forma de mulher, como, de todos os instrumentos musicais que se inspiram na forma feminina — viola, violino, bandolim, violoncelo, contrabaixo — o único que representa a mulher ideal: nem grande, nem pequena; de pescoço alongado, ombros redondos e suaves, cintura fina e ancas plenas; cultivada, mas sem jactância; relutante em exibir-se, a não ser pela mão daquele a quem ama; atenta e obediente ao seu amado, mas sem perda de caráter e dignidade; e, na intimidade, terna, sábia e apaixonada. Há mulheres-violino, mulheres-violoncelo e até mulheres-contrabaixo.

Mas como recusam-se a estabelecer aquela íntima relação que o violão oferece; como negam-se a se deixar cantar, preferindo tornar-se objeto de solos ou partes orquestrais; como respondem mal ao contato dos dedos para se deixar vibrar, em benefício de agentes excitantes como arcos e palhetas, serão sempre preteridas, no final, pelas mulheres-violão, que um homem pode, sempre que quer, ter carinhosamente em seus braços e com ela passar horas de maravilhoso isolamento, sem necessidade, seja de tê-la em posições pouco cristãs, como acontece com os violoncelos, seja de estar obrigatoriamente de pé diante delas, como se dá com os contrabaixos.

Mesmo uma mulher-bandolim (vale dizer: um bandolim), se não encontrar um Jacob pela frente, está roubada. Sua voz é por demais estrídula para que se a suporte além de meia hora. E é nisso que a guitarra, ou violão (vale dizer: a mulher-violão), leva todas as vantagens. Nas mãos de um Segovia, de um Barrios, de um Sanz de la Mazza, de um Bonfá, de um Baden Powell, pode brilhar tão bem em sociedade quanto um violino nas mãos de um Oistrakh ou um violoncelo nas mãos de um Casals. Enquanto que aqueles instrumentos dificilmente poderão atingir a pungência ou a bossa peculiares que um violão pode ter, quer tocado canhestramente por um Jayme Ovalle ou um Manuel Bandeira, quer "passado na cara" por um João Gilberto ou mesmo o crioulo Zé-com-Fome, da Favela do Esqueleto.

Divino, delicioso instrumento que se casa tão bem com o amor e tudo o que, nos instantes mais belos da natureza, induz ao maravilhoso abandono! E não é à toa que um dos seus mais antigos ascendentes se chama viola d'amore, como a prenunciar o doce fenômeno de tantos corações diariamente feridos pelo melodioso acento de suas cordas... Até na maneira de ser tocado — contra o peito — lembra a mulher que se aninha nos braços do seu amado e, sem dizer-lhe nada, parece suplicar com beijos e carinhos que ele a tome toda, faça-a vibrar no mais fundo de si mesma, e a ame acima de tudo, pois do contrário ela não poderá ser nunca totalmente sua.

Ponha-se num céu alto uma Lua tranqüila. Pede ela um contrabaixo? Nunca! Um violoncelo? Talvez, mas só se por trás dele houvesse um Casals. Um bandolim? Nem por sombra! Um bandolim, com seus tremolos, lhe perturbaria o luminoso êxtase. E o que pede então (direis) uma Lua tranqüila num céu alto? E eu vos responderei; um violão. Pois dentre os instrumentos musicais criados pela mão do homem, só o violão é capaz de ouvir e de entender a Lua.

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

A Bailarina


Lá esta ela...Linda e bela...

A bailarina...

Que encanta...Ao bailar feito fada...

Que Encanta... Com a sua beleza... Escondida na escuridão...

Encanta pela leveza...Ao brincar na solidão...

Lá está ela...A bailarina bela...

Que linda encanta...

E baila só... Em meio a escuridão...

Lá está ela... A bela bailarina...

Poeta Urbano 

A Bailarina


Imagino o céu, então danço.
Há expressões em meu rosto,
Divinamente, nunca me canso,
Sentimento bem posto.
você vem, me balanço..
Porque lembro dessa situação?
"De deleitar em teus braços,
e no compasso da dança, saio..
..do tom, da composição dos versos,
e num demasiado passo, desmaio.."
E caio em meio ao vão,
já nem sei o que esperar..
Levanto, mas volto ao chão,
E nos olhos da multidão..
..eu, ofuscada por tanto pensar..
Aplaudem aos berros e começam a chorar..
"Passei a emoção que queria passar,
E de ti então me esqueço,
antes mesmo de me levantar."

Flávio Cardoso

Ode a Bailarina


Fecho os olhos e escuto a voz de uma doce flauta doce.
Ébrio, inebriado por perfumes de flores amarelas
Percebo que tem uma bailarina bailando ao meu redor
Está vestida de assas de borboletas
Traz um chapéu bordado
Um cachecol com cores que não imaginava existirem
Um nariz vermelho de palhaço
Um sorriso encantador, que encanta a minha dor
Seus pés não tocam ao chão
És livre, linda, liberta
O som de sua risada me envolve, esquenta, me devolve
Abro os olhos e me vejo dançando no meio do metrô
Todos do vagão me olham com indignação, reprovação
Cheguei em minha estação, tenho que voltar ao trabalho
... ainda ouço a flauta e sua risada doce.

Chris Borges

O PLEBEU E A BAILARINA


Ele a chama de menina e diz ser ela, bailarina
que dança a vida colorida, revestida de esperança
que sua rima o domina e seu sorriso, lhe fascina
do Cupido, velho amigo, pega flecha e hábil lança

Pensa que a tudo alcança e sem conversa, a domina
versejando canta amor; na contradança, a dor
vai julgando com esmero a verdade que abomina
atrás da mascara sem cor, palavreia com primor

Propagando impropérios, logo vem pisando em cima
curta mente que não sente um passado tão recente
pobre tola apaixonada; equivocada dançarina

Busca sabedoria e vê que o sonho se perdeu
naquele coração de pedra que impetra hipocrisia
a heresia de um infante que só soube, ser plebeu.

Siomara Reis Teixeira

Ó doce Bailarina, o que preciso fazer

O que preciso realizar para poder te ter?'
Recitava um boneco desengonçado,
Tão desengonçado que chegava a ser engraçado.

O espantalho olhava totalmente hipnotizado,
Para o alto da estante, onde ali parada,
Estava uma bailarina imobilizada.
'És tu de novo espantalho?
Já não te disse que não devis vir aqui?
Não posso ir contigo mesmo se houvesse um atalho...
Estou presa aqui, e eternamente vou ficar aqui'

Era sempre a mesma história...
Toda noite o engraçado espantalho,
Saía da caixa de brinquedos,
Montava um castelo com cartas de baralho,
E ia admirar a bailarina da estante.

Não havia o que fazer certo?
O espantalho estava fadado a continuar assim,
A toda noite ter a bailarina tão perto,
Mas nunca tê-la pra si no fim.

Errado,
Aquele espantalho era muito mais que atrapalhado,
Ele era inteligente e esforçado,
Mas foi só quando a presença de um clarão,
Durante a passagem da senhorita gotas de chuva,
Mostrou a seu coração,
Que a bailarina era tão infeliz,
Quanto ele por não tocá-la nem por um triz.

E o espantalho decidiu,
'Você poderia esperar por mim?
Poderia você minha flor de lis,
Esperar a volta de seu serafim?'

A bailarina achou que era mais uma das palhaçadas,
Que o bobo espantalhado fazia para lhe fazer feliz.
E então respondeu inocentemente,
'Só se você prometer que quando retornar,
Nós poderesmo ficar juntos para sempre,
Que este globo aqui não mais vai estar...'
'Eu prometo sim'
E assim iniciava-se as desventuras do espantalho.

Bruno M. Tôp

Sentimento



E a bailarina que não queria mais saber de dançar, trocou tudo que tinha para tentar amar alguém cheio de defeitos, cheio de vírgulas, poréns, alguém que nunca terminava o que começava, alguém que não gostava de pontos finais. - Confesso que particularmente também não gosto, mas quando isso permite que uma história se emende na outra, se misture na outra, é hora de começar a achá-los mais atrativos. A menina que não usava mais suas sapatilhas, dizia sempre a si mesma: “Todos merecem ser amados, independente de quantos defeitos possuam, e principalmente se não souberem amar”. De fato, ela tinha razão, mas ninguém quer entregar o coração à alguém que não saberá o que fazer, alguém que terá medo e não saberá amar-te de igual para igual… Então concluo que não seria justo. Ah menina, o mundo nunca será justo. Quem parte quer ficar, quem fica quer partir, quem já partiu não quer voltar e quem volta não quer sair. Ela se levantava, direcionava o olhar para as sapatilhas esquecidas num canto do quarto, abaixava a cabeça, e em um instante se recompunha… Antes mesmo de cair já estava novamente de pé. Abriu a janela, estava de fato um dia belíssimo, colocou sua melhor roupa, tratou de fazer-te inteira para se dar a alguém que não podia ser nem mesmo complemento. E foi, com a cara e a coragem, foi. Ela não sabia que era especial, mas sabia que podia conseguir o que queria, e que teria de passar por muitas complicações para atingir seu mais alto objetivo. Não sairia ilesa da situação, e não se preocupava com isto. Só queria mesmo poder dizer: “Eu o fiz assim”.

Paola Duarte

BAILARINA – A ESTRELA QUE VOA



Olhando a valsa no teu corpo ereto e virtual,
Com as pernas rodadas pra fora do quadril,
Os joelhos na posição dos pés, é fenomenal,
Nas direções que pulsam emoções no perfil,
Trás na missão da afabilidade o brilho facial.

Traço marcante no teu olhar de tanta alegria,
Show de alvedrio em vôos é a minha bailarina,
Transmitindo o amor em passos com simetria,
Dançando em cada partícula do ar com regalia,
O canto não para e mexe com a alma cristalina.

Haja tanto honor. É a bailarina a mais zelosa flor,
Também chora, sofre e tem como prêmio o palco,
Na magia dos pés e do corpo ela também tem dor,
Voando sem asas, sorrindo sem balizas quão floco,
Desenhando a liberdade estampada no rosto (amor).

Sobressai do límpido riso a mais bela figura dançante,
Num salto na ponta dos pés transmite a paz e ânimo,
É o coração de ouro num petit jeté de lado, é confiante.
Postura forte, elástica de amor nos tornozelos faz arrimo,
Traduzindo em pirouettes, ela gira, gira, gira é arrasante.

É a mais suntuosa expressão da paz entre todos os humanos,
Enquanto danças, imaginas o mundo sem as bestiais guerras,
Esquece de si no bailado que se eterniza nos braços da terra,
Movimentando com leveza o sopro da vida que nunca encerra,
E levas a charge de Deus com aplausos, e o teu poeta venera.

Com carinho à bela bailarina - VivianViVencci

Erasmo Shallkytton

A Bailarina


O sorriso estampado em seu rosto
esboça a leveza em seu corpo;
na ponta dos pés, graciosa.

Serena, pura, vaidosa;
seu charme firme estremece;
meu coração que queima e aquece.

Seu sorriso que marca na mente;
o beijo selado ardente;
que destrói imagens da solidão

Enquanto pisa no chão;
se solta, toca o meu coração.


Ighor Mattos Granado

A bailarina


Esta menina
tão pequenina
quer ser bailarina.
Não conhece nem dó nem ré
mas sabe ficar na ponta do pé.

Não conhece nem mi nem fá
Mas inclina o corpo para cá e para lá

Não conhece nem lá nem si,
mas fecha os olhos e sorri.

Roda, roda, roda, com os bracinhos no ar
e não fica tonta nem sai do lugar.

Põe no cabelo uma estrela e um véu
e diz que caiu do céu.

Esta menina
tão pequenina
quer ser bailarina.

Mas depois esquece todas as danças,
e também quer dormir como as outras crianças.

Cecília Meireles

Ballet Clássico


O termo Balé ou Ballet refere-se a uma modalidade de dança e à sua execução. Esta expressão provém do italiano ballare, com o sentido de ‘bailar’. Ele nasceu justamente na Itália, em pleno Renascimento. Sua origem remonta às apresentações de um estilo teatral conhecido como pantomima, no qual os atores só se expressavam através da fisionomia e de movimentos corporais, normalmente sem preparo prévio.

Os principais postulados do balé se resumem na posição ereta, na prática do en dehors – giro exterior dos membros inferiores -, no corpo vertical e na simetria. O ser humano sempre se expressou através da dança, mas o balé nasceu no fim do século XV, exatamente na cerimônia de casamento do Duque de Milão com Isabel de Ararão. Logo depois, esta arte também floresceu na França, em outra festa nupcial, desta vez celebrando a união entre Catarina de Médicis e Henrique II, em 1533. Neste momento, vários espetáculos foram importados dos italianos.

A experiência foi tão marcante para a rainha que, em 1581, ela criou o Ballet Cômico da Rainha, para uma nova aliança matrimonial, a de sua irmã. A partir de então, a França tornou-se o cenário ideal para o florescer desta dança. Neste país, em 1661, instituiu-se a Academia Real de Dança e, em 1713, foi inaugurada a Escola de Dança da Ópera. O Balé revestiu-se de uma aura nobre, uma vez que até mesmo o Rei Luiz XIV, em sua infância, chegou a cursar aulas desta dança clássica, exibindo-se diante da Corte ao completar 12 anos. Algum tempo depois, o monarca criou a Académie de Musique et de Danse, eliminada em 1780.

A partir de 1830, teve início a fase do balé romântico, com espetáculos como Giselle. Quando esta era entrou em declínio, o pólo de criação deslocou-se de Paris para São Petersburgo, na Rússia. Foi um russo, Serge Diaghilev, que inaugurou o período do balé moderno, com uma companhia própria. Neste cenário apareceram artistas que se tornariam famosos, como Pavlova, Nijinsky, entre outros. Era o impulso inicial para a geração da Escola Russa de Balé, que se disseminaria principalmente pelos EUA e pela Inglaterra. Na década de 60, consagra-se o Bolshoi de Moscou, até hoje celebrado em todo o mundo.

Os balés de repertório, muito comuns, são aqueles que se inspiram em temas musicais famosos, por isso mesmo responsáveis pelo sucesso das companhias que deles extraíram a essência necessária para a montagem de seus espetáculos, principalmente no solo europeu. Algumas destas montagens mais célebres são Coppélia, de Léo Delibes; O Pássaro de Fogo, de Igor Stravinsky; O Quebra-Nozes e O Lago dos Cisnes, ambos de Tchaikovsky.

Em nosso país, o primeiro espetáculo de balé clássico foi montado em 1813, no Rio de Janeiro, nos palcos do Real Teatro de São João, com a direção de Lacombe. Mas esta arte só floresceu no Brasil no século seguinte, com a celebração das companhias russas de Diaghilev e de Pavlova, na mesma cidade, só que agora no Teatro Municipal. Posteriormente, nasceram talentos como os de Dalal Achcar, Márcia Haydée, Tatiana Leskova, Ana Botafogo, entre outros.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

A diferença foi

Entre amor e amizade,
Eu disse isso realmente ...
O amor é mais sensível
Mais seguro amizade.
O amor nos dá asas,
A amizade da terra.
O amor está no cuidado,
Compreensão da Amizade.
Amor é plantado
e amorosamente cultivada
Amizade vem face
e compartilhar a alegria ea tristeza,
torna-se uma grande e querida
parceiro.
Mas quando o amor é sincero
vem com um grande amigo,
e quando a amizade é real,
É cheio de amor e carinho.
Quando você tem um amigo
, Ou uma paixão,
ambos coexistem sentimentos
dentro do seu coração.


William Shakespeare

Perguntei a um sábio

A diferença foi
entre amor e amizade,
Eu disse isso realmente ...
O amor é mais sensível
Mais seguro amizade.
O amor nos dá asas,
A amizade da terra.
O amor está no cuidado,
Compreensão da Amizade.
Amor é plantado
e amorosamente cultivada
Amizade vem face
e compartilhar a alegria ea tristeza,
torna-se uma grande e querida
parceiro.
Mas quando o amor é sincero
vem com um grande amigo,
e quando a amizade é real,
É cheio de amor e carinho.
Quando você tem um amigo
, Ou uma paixão,
ambos coexistem sentimentos
dentro do seu coração.

William Shakespeare

~ Soneto 92 ~


Faz teu pior pra mim te afastares,
Enquanto eu viva tu és sempre meu,
Não há mais vida se tu não ficares,
Pois ela vive desse amor que é teu.

Por que hei de temer grande traição
Se tem fim minha vida com a menor;
De vida abençoada eu sou, então,
Por não estar preso ao teu cruel humor.
Tua mente inconstante não me afeta,
Minha vida é ligada à tua sorte;
Como é feliz o fato que decreta

Que sou feliz no amor, feliz na morte!
Porém que graça escapa de temer?
Podes ser falso e eu sequer saber.


William Shakespeare

~ Soneto 30 ~

Quando à corte silente do pensar
Eu convoco as lembranças do passado,
Suspiro pelo que ontem fui buscar,
Chorando o tempo já desperdiçado,

Afogo olhar em lágrima, tão rara,
Por amigos que a morte anoiteceu;
Pranteio dor que o amor já superara,
Deplorando o que desapareceu.

Posso então lastimar o erro esquecido,
E de tais penas recontar as sagas,
Chorando o já chorado e já sofrido,

Tornando a pagar contas todas pagas.
Mas, amigo, se em ti penso um momento,
Vão-se as perdas e acaba o sofrimento.

William Shakespeare

Quando penso em você me sinto flutuar

Me sinto alcançar as nuvens,
tocar as estrelas, morar no céu...

Tento apenas superar
a imensa saudade que me arrasa o coração,
mas, que vem junto com as doces lembranças do teu ser.

Lembrando dos momentos
em que juntos nosso amor se conjugava
em uma só pessoa, nós ...


É através desse tal sentimento, a saudade,
que sobrevivo quando estou longe de você.
Ela é o alimento do amor que encontra-se distante...


A delicadeza de tuas palavras
contrasta com a imensidão do teu sentimento.
Meu ciúme se abranda com tuas juras
e promessas de amor eterno.


A longa distância apenas serve para unir o nosso amor.
A saudade serve para me dar
a absoluta certeza de que ficaremos para sempre unidos...


E nesse momento de saudade,
quando penso em você,
quando tudo está machucando o meu coração
e acho que não tenho mais forças para continuar;
eis que surge tua doce presença,
com o esplendor de um anjo;
e me envolvendo como uma suave brisa aconchegante...


Tudo isso acontece porque amo e penso em você...

William Shakespeare

Eu aprendi...


...que ignorar os fatos não os altera;

Eu aprendi...
...que quando você planeja se nivelar com alguém, apenas esta permitindo que essa pessoa continue a magoar você;

Eu aprendi...
...que o AMOR, e não o TEMPO, é que cura todas as feridas;

Eu aprendi...
...que ninguém é perfeito até que você se apaixone por essa pessoa;

Eu aprendi...
...que a vida é dura, mas eu sou mais ainda;

Eu aprendi...
...que as oportunidades nunca são perdidas; alguém vai aproveitar as que você perdeu.

Eu aprendi...
...que quando o ancoradouro se torna amargo a felicidade vai aportar em outro lugar;

Eu aprendi...
...que não posso escolher como me sinto, mas posso escolher o que fazer a respeito;

Eu aprendi...
...que todos querem viver no topo da montanha, mas toda felicidade e crescimento ocorre quando você esta escalando-a;

Eu aprendi...
...que quanto menos tempo tenho, mais coisas consigo fazer.
(Boa noite , Amor )


William Shakespeare

Não tem olhos solares, meu amor;

Mais rubro que seus lábios é o coral;
Se neve é branca, é escura a sua cor;
E a cabeleira ao arame é igual.

Vermelha e branca é a rosa adamascada
Mas tal rosa sua face não iguala;
E há fragrância bem mais delicada
Do que a do ar que minha amante exala.

Muito gosto de ouvi-la, mesmo quando
Na música há melhor diapasão;
Nunca vi uma deusa deslizando,

Mas minha amada caminha no chão.
Mas juro que esse amor me é mais caro
Que qualquer outra à qual eu a comparo.


William Shakespeare

A longa distância apenas serve para unir o nosso amor.

A saudade serve para me dar
a absoluta certeza de que ficaremos para sempre unidos...


E nesse momento de saudade,
quando penso em você,
quando tudo está machucando o meu coração
e acho que não tenho mais forças para continuar;
eis que surge tua doce presença,
com o esplendor de um anjo;
e me envolvendo como uma suave brisa aconchegante...


Tudo isso acontece porque amo e penso em você...


William Shakespeare

Le pregunté a un sabio

la diferencia fue
entre el amor y la amistad, el
me dijo esta verdad ...
El amor es más sensible,
Más seguro de la Amistad.
El amor nos da alas,
La amistad de la tierra.
En el amor es más cuidado,
La amistad en la comprensión.
El amor es plantado
y amorosamente cultivadas
Amistad viene mejilla,
y el intercambio de alegría y tristeza,
se convierte en un gran y querido
compañero.
Pero cuando el amor es sincero
viene con un gran amigo,
y cuando la amistad es real,
Está lleno de amor y afecto.
Cuando usted tiene un amigo
, o una gran pasión,
ambos coexisten sentimientos
dentro de su corazón.

William Shakespeare

Amor



"De almas sinceras a união sincera
Nada há que impeça: amor não é amor
Se quando encontra obstáculos se altera,

Ou se vacila ao mínimo temor.

Amor é um marco eterno, dominante,
Que encara a tempestade com bravura;

É astro que norteia a vela errante,

Cujo valor se ignora, lá na altura.

Amor não teme o tempo, muito embora
Seu alfange não poupe a mocidade;

Amor não se transforma de hora em hora,
Antes se afirma para a eternidade.

Se isso é falso, e que é falso alguém provou,

Eu não sou poeta, e ninguém nunca amou".

E, Por Sermos... Amores...Amados...Amantes...Amigos...
Tudo Dito, É Verdadeiro E Por Sê-Lo, Devemos Seguir,
Como Mandamentos, Imperioso À felicidade...!!!!!
Beijos...!!! Abraços...!!! Um Cheiro...

William Shakespeare

domingo, 16 de dezembro de 2012

Um passarinho pediu a meu irmão para ser sua árvore


Meu irmão aceitou de ser a árvore daquele passarinho.

No estágio de ser essa árvore, meu irmão aprendeu de

sol, de céu e de lua mais do que na escola.

No estágio de ser árvore meu irmão aprendeu para santo

mais do que os padres lhes ensinavam no internato.

Aprendeu com a natureza o perfume de Deus

seu olho no estágio de ser árvore aprendeu melhor o azul

E descobriu que uma casa vazia de cigarra esquecida

no tronco das árvores só serve pra poesia.

No estágio de ser árvore meu irmão descobriu que as árvores são vaidosas.

Que justamente aquela árvore na qual meu irmão se transformara,

envaidecia-se quando era nomeada para o entardecer dos pássaros

e tinha ciúmes da brancura que os lírios deixavam nos brejos.

Meu irmão agradecia a Deus aquela permanência em árvore

porque fez amizade com muitas borboletas."

Manoel de Barros

Experimentando a manhã dos galos


... poesias, a poesia é

- é como a boca
dos ventos
na harpa

nuvem
a comer na árvore
vazia que
desfolha a noite

raíz entrando
em orvalhos...

floresta que oculta
quem aparece
como quem fala
desaparece na boca

cigarra que estoura o
crepúsculo
que a contém

o beijo dos rios
aberto nos campos
espalmando em álacres
os pássaros

- e é livre
como um rumo
nem desconfiado...  

Manoel de Barros

Difícil fotografar o silêncio.

Entretanto tentei. Eu conto:
Madrugada, a minha aldeia estava morta. Não se via ou ouvia um barulho, ninguém passava entre as casas. Eu estava saindo de uma festa,.
Eram quase quatro da manhã. Ia o silêncio pela rua carregando um bêbado. Preparei minha máquina.
O silêncio era um carregador?
Estava carregando o bêbado.
Fotografei esse carregador.
Tive outras visões naquela madrugada. Preparei minha máquina de novo. Tinha um perfume de jasmim no beiral do sobrado. Fotografei o perfume. Vi uma lesma pregada na existência mais do que na pedra.
Fotografei a existência dela.
Vi ainda um azul-perdão no olho de um mendigo. Fotografei o perdão. Olhei uma paisagem velha a desabar sobre uma casa. Fotografei o sobre.
Foi difícil fotografar o sobre. Por fim eu enxerguei a nuvem de calça.
Representou pra mim que ela andava na aldeia de braços com maiakoviski – seu criador. Fotografei a nuvem de calça e o poeta. Ninguém outro poeta no mundo faria uma roupa
Mais justa para cobrir sua noiva.
A foto saiu legal.

Manoel de Barros

Senhor, ajudai-nos a construir a nossa casa


Com janelas de aurora e árvores no quintal -
Árvores que na primavera fiquem cobertas de flores
E ao crepúsculo fiquem cinzentas
como a roupa dos pescadores.



O que desejo é apenas uma casa.
Em verdade, Não é necessário que seja azul,
nem que tenha cortinas de rendas.
Em verdade, nem é necessário que tenha cortinas.
Quero apenas uma casa em uma rua sem nome.



Sem nome, porém honrada, Senhor.
Só não dispenso a árvore,
Porque é a mais bela coisa que
nos destes e a menos amarga.
Quero de minha janela sentir
os ventos pelos caminhos, e ver o sol

Dourando os cabelos negros
e os olhos de minha amada.



Também a minha amada não dispenso, meu Senhor.
Em verdade ele é a parte mais importante deste poema.
Em verdade vos digo, e bastante constrangido,
Que sem ela a casa também eu não queria,
e voltava pra pensão.



Ao menos, na pensão, eu tenho meus amigos
E a dona é sempre uma senhora
do interior que tem uma filha alegre.
Eu adoro menina alegre,
e daí podeis muito bem deduzir

Que para elas eu corro nas minhas horas de aflição.



Nas minhas solidões de amor e
nas minhas solidões do pecado
Sempre fujo para elas, quando não fujo delas, de noite,
E vou procurar prostitutas. Oh, Senhor vós bem sabeis
Como amarga a vida de um
homem o carinho das prostitutas!



Vós sabeis como tudo amarga
naquelas vestes amassadas
Por tantas mãos truculentas ou tímidas ou cabeludas
Vós bem sabeis tudo isso, e portanto permiti
Que eu continue sonhando com a minha casinha azul.



Permiti que eu sonhe com
a minha amada também, porque:
- De que me vale ter casa sem ter
mulher amada dentro?
Permiti que eu sonhe com uma que ame
andar sobre os montes descalça
E quando me vier beijar faça-o
como se vê nos cinemas...



O ideal seria uma que amasse fazer comparações
de nuvens com vestidos, e peixes com avião;
Que gostasse de passarinho pequeno,
gostasse de escorregar no corrimão da escada
E na sombra das tardes viesse pousar
Como a brisa nas varandas abertas...



O ideal seria uma menina boba:
que gostasse de ver folha cair de tarde...
Que só pensasse coisas leves que nem existem na terra,
E ficasse assustada quando ao cair da noite
Um homem lhe dissesse palavras misteriosas ...
O ideal seria uma criança sem dono,
que aparecesse como nuvem,
Que não tivesse destino nem nome -
senão que um sorriso triste
E que nesse sorriso estivessem encerrados
Toda a timidez e todo o espanto
das crianças que não têm rumo...

Manoel de Barros

A maior riqueza do homem

É a sua incompletude.
Nesse ponto sou abastado.
Palavras que me aceitam como
sou - eu não aceito.
Não agüento ser apenas um
sujeito que abre
portas, que puxa válvulas,
que olha o relógio, que
compra pão às 6 horas da tarde,
que vai lá fora,
que aponta lápis,
que vê a uva etc. etc.
Perdoai
Mas eu preciso ser Outros.
Eu penso renovar o homem
usando borboletas.

Manoel de Barros

Livro

"Cresci no meio de livros, fazendo amigos invisíveis em páginas que se desfaziam em pó, cujo cheiro ainda conservo nas mãos"Foto: "Cresci no meio de livros, fazendo amigos invisiveis em páginas que se desfaziam em pó, cujo cheiro ainda conservo nas mãos"
(Carlos Ruiz Zafon)

Boa noite, bons sonhos e deliciosas leituras meus amigos *-*

(ilustração de Isaiah Stephens)
(Carlos Ruiz Zafon)

Foto da descoberta de que as gigantes estátuas Moai, da ilha de Páscoa, possuem corpos enterrados sob a terra.


A Ilha de Páscoa é um dos lugares mais remotos habitado do planeta e guarda um achado arqueológico incrível de seus antigos habi
tantes, os Rapanui. Tais povos deixaram um legado impressionante para a eternidade, os Moai, estátuas gigantes que, provavelmente, foram construídas em homenagem aos seus líderes mortos. No total são 887 estátuas gigantes de pedra vulcânica espalhadas pela ilha e foram construídas por volta de 1200 d.C e 1500 d.C.

Recentemente, escavando a base das cabeças de algumas estátuas, os cientistas e arqueólogos descobriram que, enterradas sob a terra, as gigantes cabeças escondiam um corpo, conforme mostra a foto.

Fonte/Foto: Easter Island Statue Project (http://www.eisp.org/4095/)

SÚPLICA DO LIVRO:


Não me manusei com mãos sujas;
Não escreva em minhas páginas;
Não rasgue nem arranque minhas folhas;
Não apóie o cotovelo sobre minhas páginas durante a leitura;

Não me deixe sobre cadeiras ou lugares que não sejam meus;
Não me deixe com a lombada para cima;
Não coloque entre minhas folhas objeto algum mais espesso que uma folha de papel;
Não dobre os cantos de minhas folhas para marcar o ponto em que parou a leitura;
Use para isso uma tira de papel ou marcador apropriado;
Terminada a leitura, devolva-me ao lugar certo ou a quem deva guardar-me:
E ajude-me a conservar-me limpo e perfeito e eu o ajudarei a ser feliz.

(Divulgado em folheto, com indicação de todos os sebos do Rio,
pelo livreiro Jorge Teixeira, da livraria Império, nos anos 60 e 70)

O bom exemplo vem de cima. Infelizmente nossos governantes são maus exemplos.

Infelizmente está é nossa realidade dos políticos brasileiros 

Professores heróis morrem para salvar alunos em tragédia nos EUA

Victoria Soto, de 27 anos, acabou se jogando na frente das crianças para protegê-las.
Três professores morreram tentando proteger os alunos no massacre na escola primária Sandy Hook, em Connecticut, nos Estados Unidos. Durante o tiroteio, 27 pessoas morreram, entre as vítimas estavam 20 crianças.

De acordo com as informações do tabloide Daily Mail, quando começaram os tiros, parte dos professores mergulhou embaixo da mesa. Uma das professoras, Victoria Soto, de 27 anos, acabou se jogando na frente das crianças para protegê-las.

A diretora Daw Hochsprung, de 47 anos, e a psicóloga Mary Sherlach, de 56 anos, ao ouvirem os tiros, correram para o corredor para enfrentar o atirador, mas também foram executadas.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Resíduo

De tudo ficou um pouco
Do meu medo. Do teu asco.
Dos gritos gagos. Da rosa
ficou um pouco

Ficou um pouco de luz
captada no chapéu.
Nos olhos do rufião
de ternura ficou um pouco
(muito pouco).

Pouco ficou deste pó
de que teu branco sapato
se cobriu. Ficaram poucas
roupas, poucos véus rotos
pouco, pouco, muito pouco.

Mas de tudo fica um pouco.
Da ponte bombardeada,
de duas folhas de grama,
do maço
- vazio - de cigarros, ficou um pouco.

Pois de tudo fica um pouco.
Fica um pouco de teu queixo
no queixo de tua filha.
De teu áspero silêncio
um pouco ficou, um pouco
nos muros zangados,
nas folhas, mudas, que sobem.

Ficou um pouco de tudo
no pires de porcelana,
dragão partido, flor branca,
ficou um pouco
de ruga na vossa testa,
retrato.

Se de tudo fica um pouco,
mas por que não ficaria
um pouco de mim? no trem
que leva ao norte, no barco,
nos anúncios de jornal,
um pouco de mim em Londres,
um pouco de mim algures?
na consoante?
no poço?

Um pouco fica oscilando
na embocadura dos rios
e os peixes não o evitam,
um pouco: não está nos livros.

De tudo fica um pouco.
Não muito: de uma torneira
pinga esta gota absurda,
meio sal e meio álcool,
salta esta perna de rã,
este vidro de relógio
partido em mil esperanças,
este pescoço de cisne,
este segredo infantil...
De tudo ficou um pouco:
de mim; de ti; de Abelardo.
Cabelo na minha manga,
de tudo ficou um pouco;
vento nas orelhas minhas,
simplório arroto, gemido
de víscera inconformada,
e minúsculos artefatos:
campânula, alvéolo, cápsula
de revólver... de aspirina.
De tudo ficou um pouco.

E de tudo fica um pouco.
Oh abre os vidros de loção
e abafa
o insuportável mau cheiro da memória.

Mas de tudo, terrível, fica um pouco,
e sob as ondas ritmadas
e sob as nuvens e os ventos
e sob as pontes e sob os túneis
e sob as labaredas e sob o sarcasmo
e sob a gosma e sob o vômito
e sob o soluço, o cárcere, o esquecido
e sob os espetáculos e sob a morte escarlate
e sob as bibliotecas, os asilos, as igrejas triunfantes
e sob tu mesmo e sob teus pés já duros
e sob os gonzos da família e da classe,
fica sempre um pouco de tudo.
Às vezes um botão. Às vezes um rato.

Carlos Drummond de Andrade

Terror



Quando falamos em GUERRA pensamos logo em terror, morte de inocentes, destruição. E com razão. A Guerra é um furacão de inconsciência. Por onde passa arranca as portas e deixa entrar toda sorte de iniquidade. Tudo que as civilizações constroem em séculos e milênios de trabalho a Guerra transforma em ruínas em questão de dias, horas, minutos...

A mesma coisa acontece com a gente quando abrimos fogo contra nosso semelhante. A raiva, o destempero, o ódio, a vingança são guerras em menor escala, mas não em menor poder de destruição. Somos tomados por uma tempestade de sentimentos desarvorados e impiedosamente destruidores.

Assistimos às plantações de amor e luz que cultivamos durante toda uma vida a serem dissipadas pela cegueira que causa os sentimentos de contenda. Tudo desaba e se desintegra fazendo-nos cair na vala do absoluto egoísmo, inimigo da evolução humana.

Uma fagulha de instante de insânia que nos deserda de conquistas feitas às duras penas.

A Guerra e o Homem. Uma união para o divórcio da sensatez que evita o auto dilaceramento.

Felipe Santolia

Todo tempo pensei que era feliz

Mais percebi que esse conto e um terror

não posso mais aguentar essa dor
então solte para fora
jogue o mundo seja você mesmo
não minta mais para você
isso não vai dar certo
mais

Então levanto e digo para mim mesmo

Você não vai mais fazer isso comigo
por que você não passa de memórias velhas.
Quantas noites perdi de sono chorando por você
Você pelo menos se lembra de mim?
Acho que não.

Então encontre a força que precise em você
você e melhor do que qualquer um.


Apenas peço para vida me mostra o que a vida tem de melhor
com você apenas enxerguei a mentira e a fantasia.
O que você sabe sobre mim?
O que sei sobre você e o suficiente para eu seguir em frente.

Maycon Oliveira

Terror



Talvez aqueles horríveis contos de terror em que todos morrem no final não sejam tão terríveis assim, pelo menos é o que parece pra mim, que já vivi isso, mesmo que talvez tenha sido apenas uma alucinação da minha cabeça, que confesso já não estar mais tão sã assim... E talvez, os monstros que vivem dentro da minha cabeça sejam mais temíveis que aqueles que ouço arranhando embaixo da cama.
É, minha historia não começa com "5 amigos numa viagem", mesmo porque nunca tive amigos, segundo porque minhas viagens ocorriam apenas dentro de mim. Essa história começa simplesmente comigo, e uma dose insana de comprimidos que levei com o intuito de me matar, ali, naquele vagão de trem abandonado... Porque? Apenas queria morrer ali, marcar eternamente o local onde uma jovem garota loira se matou, queria que jovens inventassem histórias sobre meu fantasma e me temessem... enfim, apenas para ser dramática, mas o que me esperava era um pouco mais de drama do que eu poderia suportar.
Me sentia até confortável naquele vagão, era gelado, achei q era o lugar perfeito pra eternizar minha alma, que também já tinha se tornado fria. Tomei 1 vidro e meio de um comprimido tarja preta qualquer que roubei da minha mãe, mas como nada é tão bonito como na tv, logo vieram os vômitos, um atrás do outro, e com aquele liquido nojento também se esvaia minha dignidade, ali, se contorcendo e se afogando em vomito dentro de um vagão de trem abandonado, onde ninguém poderia me ouvir, ou pelo menos era isso que eu achava.
Acho que tinha desmaiado, acredite em mim quando digo que quando as pessoas dizem que foi tudo muito confuso, é porque é verdade. Eu juro que quando abri os olhos novamente, preferia ter visto o diabo, mas eram aqueles malditos caras da escola, sequer os conheço mas parece que me odeiam, sempre me ofendendo, me chamando de estranha, me assediando, nojentos. Eles não deixaram eu me afogar no vômito, eu já tinha posto pra fora praticamente todos os comprimidos e meu suicídio já tinha ido por agua a baixo, mas estava extremamente fraca, meu estomago doía e minha cabeça estava pesada. De repente, me senti totalmente controlada por algo, talvez fosse a morte, e do nada recuperei as forças que tinha e as que não tinha, e ai aconteceu.
Enquanto André e seus amigos riam de mim, rasgavam meu vestido,e "decidiam" o que iam fazer comigo, um ódio demoníaco se apoderou de mim. Peguei um estilhaço de vidro, provavelmente de uma garrafa de algum bêbado que esteve ali, rasguei a garganta de André, os outros dois tentaram fugir, mas estranhas criaturas os seguraram, eram sombras negras e, seu eu pudesse dar um palpite do que elas eram, eu diria que eram o próprio medo, a maldade e o ódio ganhando forma. E eu, movida por algo que até hoje não sei, matei todos eles, um por um, os gritos eram musica para meus ouvidos, a cada vez que eu enfiava aquele pedaço de vidro em seus estômagos, me sentia uma artista, criando sua obra prima. Uma obra de arte chamada morte, feita a pinceladas de sangue e terror.
Aquelas terríveis sombras, encheram o vagão, estavam por todo o lado e sussurravam coisas que eu não entendia, levaram os corpos, acho que era como um sacrifício, não sei... Uma força se apoderou de mim novamente, e dentro da minha cabeça ouvi claramente:
"ESTAMOS TE DANDO UMA CHANCE PRA VIVER NOVAMENTE, MOSTRE AS SOMBRAS AO MUNDO, DÊ A ELES O TERROR QUE SÓ UMA PESSOA A QUEM ELES AMAM SERIA CAPAZ DE DAR, FAÇA ISSO, E CONSEGUIRÁ SUA ETERNIDADE"
Quando voltei a mim, estava diferente, não sei explicar... apenas não era mais eu, eu não tinha mudado em nada, porém estava mais bonita, mais confiante, eu era como uma estrela, era impossível não olhar pra mim. Nunca mais fui a mesma, a partir daquele dia todos passaram a me amar, tinha amigos, ia a festas, era tratada como uma rainha. E como as criaturas me disseram, eu dei a todos o terror que só os amantes da superficialidade mereciam, os humilhei, os tratei como lixo, apenas retribui o desprezo que eles tanto me ofereceram quando eu ainda não era o que eles queriam que eu fosse. Confesso, me divirto com isso, estúpidos inúteis, cuspo em seus rostos e ainda fazem tudo o que eu quero, não prezam pela própria dignidade, humanos são todos assim, foi por isso que quis tanto morrer antes disso tudo começar...
As vezes, quando o vento me fala que eu devo, vou ao velho vagão abandonado, os meninos que matei sempre estão lá, eles gritam e gemem porque as sombras os torturam, eles pedem pela mãe e então eu rio como o próprio diabo. As criaturas me falam o que devo fazer, e eu tenho um longo caminho pela frente, o líder deles disse que eu ainda serei muito importante no mundo, terei muita influencia e farei muitas pessoas sofrerem com meu poder, todos acreditarão nas minhas mentiras porque os farei se apaixonarem por elas, mas no final de tudo, lembrarão de Catanduva como sendo a cidade em que o mal nasceu.
Muitas coisas tão poderosas quanto as sombras tentam me parar, dizem que eu tenho que morrer para que não haja sangue derramado no futuro, mas elas moram apenas na minha cabeça, e conversam comigo em meus sonhos, por isso não durmo mais, não em casa. Toda noite vou ao vagão e durmo ouvindo o arranhar do caco de vidro no chão. As vezes ouço André sussurrar "Você vai morrer Alana" então eu respondo:
-Isso foi tudo que eu sempre quis.

Alana Bueno

A se eu pudesse gritar...

Eu falaria do terror, que é viver aqui na terra.
Sei que você não quer escutar o meu desejo de mudar, de todas as coisas que me faz lembrar, do que eu não sou.
A se eu pudesse mudar.
Ei! O que te faz pensar que eu não posso mudar.
O que te faz lembrar o que eu não sou.
Mas agora vou te mostrar o que ninguém que enxergar e te contar o que ninguém quer escutar.
A se eu pudesse gritar.
A se eu pudesse mudar
A se o mundo soubesse...

Laura Andrade Costa

Comédia pra fugir da desgraça


Não entendo como as pessoas conseguem gostar de filmes de terror, a vida já é um terror quase que vinte quatro horas, pois temos mais pesadelo do que sonho. São tantos os problemas que são tão assustadores do que qualquer “O Exorcista”, contas de tudo pra pagar, água, luz, telefone, gás, internet, TV à cabo, cervejas, não, isso não é um dos problemas.

E quando mais pobre se é, mais problemas se tem, e mais medonha se torna a vida. Quando se é pobre e se tem filhos os problemas se multiplicam de acordo com o número de filhos, com dois filhos, duplicam, três filhos, triplicam e assim por diante. Por isso que quando vou ver um filme vejo um de comédia, às vezes é preciso fugir da realidade e se iludir um pouco, rir pra não chorar, esquecer que amanha é mais um dia de trabalho grosso pra no fim do mês receber um salário fino, tão fino que depois de uma semana acaba.

Tudo bem que gosto não se discute, por pior que seja o gosto, cada um tem o seu, mas filme de terror não. Quero sorrir, chega de chorar, chega de ter pavor, medo. Pior é a pessoa que vai ao cinema como comemora o dia da independência do Brasil, uma vez por ano e quando vai escolher o filme, escolhe um de terror, pra piorar nas cenas aterrorizantes tapa os olhos, tapa os olhos para não ver a cena aterrorizante! A pessoa paga pra sentir medo, mas na hora do medo ela fecha os olhos para não sentir medo, era melhor ter ficado em casa.

Gosto de comédia porque eu esqueço da vida, esqueço do mundo, quanto mais demorar melhor, tem dias que fico fora do mundo, inerte na frente da TV assistido qualquer coisa de comédia, qualquer coisa que me faça rir, pois eu sei que quando acabar o terror voltará.

Maicon Carlos

Todo tempo pensei que era feliz

Mais percebi que esse conto e um terror

não posso mais aguentar essa dor
então solte para fora
jogue o mundo seja você mesmo
não minta mais para você
isso não vai dar certo
mais

Então levanto e digo para mim mesmo

Você não vai mais fazer isso comigo
por que você não passa de memórias velhas.
Quantas noites perdi de sono chorando por você
Você pelo menos se lembra de mim?
Acho que não.

Então encontre a força que precise em você
você e melhor do que qualquer um.


Apenas peço para vida me mostra o que a vida tem de melhor
com você apenas enxerguei a mentira e a fantasia.
O que você sabe sobre mim?
O que sei sobre você e o suficiente para eu seguir em frente.

Maycon Oliveira

Menino de rua


Seu futuro é incerto e precário
Vivendo na rua onde mora o terror
Tatua no corpo heranças do abandono
Traz nos olhos lembranças da dor
Dias e noites na esperança do melhor
Mas nunca desprezando o que a vida lhe dá
Moedas na mão, um trocadinho só
Foi tudo o que conseguiu ganhar
Insatisfação do hoje
Incertezas do amanhã
Se o passado lhe trouxe o pecado
Que o futuro lhe traga a maçã.

Reff Carvalho

TODO MEU AMOR



Temos então, o teu medo e o meu terror
Na certeza de que por várias vezes
Já andamos de mãos dadas com a dor

Mas...Se ao menos tu soubesses
O que guardo em meus longos silêncios
Saberia o que retratam, minhas preces

Saberia que em tua linda suavidade
Sou bem mais que poema imperfeito
Sou rima, em doçura e intensidade

Sentiria minha inscrição em tua alma
Carinhos e desejos em profundidade
Meus segredos em tua suposta calma

Teria teu cheiro misturado ao meu perfume
Enlaçados em profunda e santa insanidade
Com todo o meu amor, dissipando teu ciúme.

Siomara Reis Teixeira

Uma guerra é como sua vida


Cheia de armadilhas,
emboscadas,
e terror.
Mas sua vida não é uma guerra,
pois,
você pode torná-la melhor,
vencendo o medo de ser feliz,
a solidão do preconceito,
e a trsietza do amor.

Cada dia vencemos uma batalha,
e se desistirmos agora estaremos jogando tudo isso fora.
Como se nada tivesse sido importante,
como se o esforço de outros para tornar o mundo melhor tivesse sido em vão.
Não desista de lutar,
sabemos que esta batalha não acaba tão cedo,
mas que não termina ao amanhecer.

se um dia olhares ao seu redor e perceber que não tens mais problemas,
é porque já os superou,
mas se tiver que bom,
pois são eles que darão mais um motivo para sua vida ser feliz.

Oton Bruno