Um fato que por vezes se torna mais e mais comprovado é a questão de os conteúdos gramaticais se apresentarem interligados entre si, ou seja, um assunto decorre de um do qual já temos conhecimento, o outro também, e assim sucessivamente.
Esse que trataremos a seguir nos remete a uma das flexões apresentadas pela classe gramatical representada pelos verbos – a flexão de voz –, uma vez que ela indica a relação que ocorre entre o sujeito de um verbo e o processo que esse verbo expressa. Nesse sentido, analisemos:
O aluno resolveu a questão.
Temos que o sujeito se revela por “O aluno”;
Resolveu – predicado;
A questão – objeto direto, pois complementa o sentido do verbo resolver.
Podemos também observar que o referido sujeito, além de ocupar tal posição, pratica a ação expressa pelo verbo, ou seja, a ação de resolver a questão. Daí, em se tratando da voz verbal, constatamos que o verbo se encontra na voz ativa.
No entanto, caso quiséssemos transformá-la para a voz passiva, obteríamos como resultado:
A questão foi resolvida pelo aluno.
O sujeito agora se representa por “a questão”, o qual agora já não mais é o agente, mas sim paciente. Motivo esse que nos faz inferir que se trata de tal modalidade (voz passiva), fato também constatado quando observamos que o verbo se encontra na forma passiva (“foi resolvida”).
Mas, afinal, estaria ela expressa na voz passiva analítica ou sintética? Certamente que de acordo com nossos conhecimentos anteriormente adquiridos temos que se trata da voz passiva analítica, formada com o auxílio de um verbo auxiliar conjugado (“foi”), seguido de um verbo transitivo direto ou transitivo direto e indireto, expresso no particípio (“resolvida”).
Assim sendo, se o sujeito nesse caso é paciente, então quem é o agente?
Pois bem, o termo “pelo aluno” executa tal função, classificando-se como o agente da passiva, dado o ato de praticar a ação expressa pelo verbo, estando esse na voz passiva.
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