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domingo, 10 de fevereiro de 2013

Menina e Moça



"Está naquela idade inquieta e duvidosa,
Que não é dia claro e é já o alvorecer;
Entreaberto botão, entrefechada rosa,
Um pouco de menina e um pouco de mulher.

Às vezes recatada, outras estouvadinha,
Casa no mesmo gesto a loucura e o pudor;
Tem coisas de criança e modos de mocinha,
Estuda o catecismo e lê versos de amor.

Outras vezes valsando, e* seio lhe palpita,
De cansaço talvez, talvez de comoção.
Quando a boca vermelha os lábios abre e agita,
Não sei se pede um beijo ou faz uma oração.

Outras vezes beijando a boneca enfeitada,
Olha furtivamente o primo que sorri;
E se corre parece, à brisa enamorada,
Abrir asas de um anjo e tranças de uma huri.

Quando a sala atravessa, é raro que não lance
Os olhos para o espelho; e raro que ao deitar
Não leia, um quarto de hora, as folhas de um romance
Em que a dama conjugue o eterno verbo amar.

Tem na alcova em que dorme, e descansa de dia,
A cama da boneca ao pé do toucador;
Quando sonha, repete, em santa companhia,
Os livros do colégio e o nome de um doutor.

Alegra-se em ouvindo os compassos da orquestra;
E quando entra num baile, é já dama do tom;
Compensa-lhe a modista os enfados da mestra;
Tem respeito a Geslin, mas adora a Dazon.

Dos cuidados da vida o mais tristonho e acerbo
Para ela é o estudo, excetuando talvez
A lição de sintaxe em que combina o verbo
To love, mas sorrindo ao professor de inglês.

Quantas vezes, porém, fitando o olhar no espaço,
Parece acompanhar uma etérea visão;
Quantas cruzando ao seio o delicado braço
Comprime as pulsações do inquieto coração!

Ah! se nesse momento alucinado, fores
Cair-lhes aos pés, confiar-lhe uma esperança vã,
Hás de vê-la zombar dos teus tristes amores,
Rir da tua aventura e contá-la à mamã.

É que esta criatura, adorável, divina,
Nem se pode explicar, nem se pode entender:
Procura-se a mulher e encontra-se a menina,
Quer-se ver a menina e encontra-se a mulher!"

(Machado de Assis, in 'Falenas')

[Óleo sobre tela por Morgan Weistling - 'Reflections', 1964]

Feliz Carnaval para todos

A Escada



Imagine uma escada. Do jeito que penso, ela seria uma escada de degraus da cor da própria madeira de que seriam feitos.
Acima, no próximo andar, tudo que se vê é escuridão. Dos lados, também.
Tão somente a escada, em seus tons de sépia e escuridão envolvente.
Os degraus não ficam firmes, eles se movem de um lado para o outro, sem padrões, simplesmente vão se movendo, ora mais devagar, ora com mais vigor.
Daí segue que, para subir essa escada, e alcançar o mistério do negrume que há no piso acima, tem que se tomar um cuidado imenso. E não pense que você tem a opção de não subir.
É preciso que se suba. É preciso, e você sabe disso, chegar lá em cima e desvendar o mistério que há naquele lugar, pois toda a escuridão é um imenso mistério.
Do piso em que você se encontra, há apenas uma pequena parte de chão para que você coloque os pés e se deite para descansar, eventualmente. Ao redor, todo o precipício.
Então não é possível que você consiga se divertir e se satisfazer com as escassas possibilidades que esse minúsculo pedaço de chão tem a oferecer.
Você precisa subir.
Mas lembre-se: os degraus da escada se movem de um lado para o outro, em movimentos surpreendentes.
Pois, é preciso tomar muito cuidado. E saiba que o primeiro degrau vai ser o mais difícil de subir.
A sabedoria que é necessária para galgar o próximo passo em direção ao chão mais elevado, virá com calma e observação. Você primeiro precisa conhecer as nuances e detalhes do degrau em que você se encontra. Vai demorar um bom tempo para você se acostumar com cada novo degrau.
Mas não tenha medo. Continue subindo, não se conforme em voltar para aquele piso frio em que você dormia.
Suba a escada, com toda a dificuldade que você encontrar. E aquela escuridão do fim da escada, do segundo andar, pode ser que te recompense com o cair do véu do mistério ali existente.

(Texto por 'No fim das palavras'-blog)

Entenda (e experimente) como funciona a mente de um autista


Enquanto sua irmã gêmea se desenvolvia normalmente, o progresso da canadense Carly Fleischmann era lento. Logo foi descoberta a razão: aos dois anos de idade, ela foi diagnosticada com autismo severo. Hoje, Carly é uma adolescente que não consegue falar – mas encontrou outro meio de se comunicar. Aos 11 anos, ela foi até o computador, agitada, e fez algo que deixou toda a sua família perplexa: digitou as palavras DOR e AJUDA e saiu correndo para vomitar no banheiro.
Supostamente, Carly nunca tinha aprendido a escrever. Mas aquilo mostrou que acontecia muito mais em sua mente do que qualquer um poderia imaginar. E foi assim que começou uma nova etapa em sua vida: ela foi incentivada a se comunicar mais desta forma e a criar contas em redes sociais, como o Twitter e o Facebook. Também ajudou o pai a escrever um livro sobre a sua condição e deu as informações para a criação de um site que simula a sua experiência diária com toda a descarga sensorial que recebe em situações cotidianas, como ir a um café. “O autismo me trancou em um corpo que eu não posso controlar”, diz ela no site.

Veja clicando no link abaixo.
http://www.carlyscafe.com/

(Trecho de artigo da Superinteressante.com feito por Ana Carolina Prado)

Entenda (e experimente) como funciona a mente de um autista

Enquanto sua irmã gêmea se desenvolvia normalmente, o progresso da canadense Carly Fleischmann era lento. Logo foi descoberta a razão: aos dois anos de idade, ela foi diagnosticada com autismo severo. Hoje, Carly é uma adolescente que não consegue falar – mas encontrou outro meio de se comunicar. Aos 11 anos, ela foi até o computador, agitada, e fez algo que deixou toda a sua família perplexa: digitou as palavras DOR e AJUDA e saiu correndo para vomitar no banheiro.
Supostamente, Carly nunca tinha aprendido a escrever. Mas aquilo mostrou que acontecia muito mais em sua mente do que qualquer um poderia imaginar. E foi assim que começou uma nova etapa em sua vida: ela foi incentivada a se comunicar mais desta forma e a criar contas em redes sociais, como o Twitter e o Facebook. Também ajudou o pai a escrever um livro sobre a sua condição e deu as informações para a criação de um site que simula a sua experiência diária com toda a descarga sensorial que recebe em situações cotidianas, como ir a um café. “O autismo me trancou em um corpo que eu não posso controlar”, diz ela no site.

Veja clicando no link abaixo.
http://www.carlyscafe.com/

(Trecho de artigo da Superinteressante.com  feito por Ana Carolina Prado)

Deu uma vontade de Ler este livro... Alice no Mundo das Maravilhas

Vamos cuidar mas do Planeta

A união faz a força

sábado, 9 de fevereiro de 2013

Uma frase passeada em "Um Pequeno Príncipe"

Esse é o texto da Tatoo:
"Vê-se claramente somente com o coração.
O essencial é invisível para os olhos.
Os homens esqueceram essa verdade.
Mas você não deve esquecê-lo.
Você se torna eternamente responsável por aquilo que cativas." - O pequeno príncipe

Carlos Drummod de Andrade

Este Vídeo é muito bom