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quinta-feira, 22 de março de 2012

China e Europa pressionam a Bovespa para baixo



Números ruins sobre a economia na China e na Europa puxam o Ibovespa para baixo nesta quinta-feira.

Às 12h10, o principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) recuava 1,61%, para 65.786 pontos. Em Nova York, Dow Jones caía 0,80%, Nasdaq perdia 0,77% e S&P500 tinha baixa de 0,97%.

O volume financeiro na Bovespa era de R$ 2,060 bilhões. Vale PNA recuava 1,83%, para R$ 40,70, e Petrobras PN caía 1,20%, para R$ 23,82.

As principais quedas do dia eram lideradas por JBS ON (-4,15%, para R$ 7,84). A empresa divulgou balanço ontem e o resultado decepcionou os analistas.

A companhia, uma das líderes no mercado mundial de proteína animal, registrou lucro líquido de R$ 25,6 milhões no último trimestre do ano passado, ante um prejuízo de R$ 539,3 milhões em igual período de 2010. No ano, a empresa teve prejuízo líquido R$ 75,7 milhões, ante resultado também negativo de R$ 292,8 milhões do ano anterior.

Em relatório, o Bank of America Merrill Lynch classifica o resultado operacional do trimestre como ligeiramente pior que o esperado. A receita líquida, de R$ 16,9 bilhões, ficou 3% aquém do estimado, enquanto a geração de caixa medida pelo Ebitda ajustado, de R$ 919 milhões, ficou 7% abaixo do esperado, sobretudo em razão de resultados mais fracos nas operações de carne no Brasil e de suínos nos Estados Unidos. A margem Ebitda do trimestre ficou em 5,4%, ante expectativa de 5,7%. Já a margem Ebitda anual recuou de 6,9% para 5,1%.

Em geral, os mercados reagem a números desfavoráveis sobre atividade industrial na China e na Europa. O indicador chinês, medido pelo HSBC, cedeu de 49,6 em fevereiro para 48,1 em março, a mínima em quatro meses. Na Europa, a atividade industrial em março caiu de 49,3 em fevereiro para 48,7 em março, distanciando-se ainda mais da marca de 50, que separa contração de expansão. O número também sugere que a indústria da região encolheu no primeiro trimestre do ano.

“O mundo hoje acordou mais avesso a risco”, comenta o estrategista da Ágora Corretora, José Francisco Cataldo.

No Brasil, os números bons de IPCA-15 e emprego não se mostraram suficientes para mudar o sinal do Ibovespa. A taxa de desemprego foi de 5,7% em fevereiro, resultado maior frente a janeiro (5,5%), mas abaixo da mediana das expectativas (5,9%). Mais uma vez, a taxa de desemprego continuou menor em relação ao mesmo mês do ano passado (6,4% em fevereiro de 2011), destaca o Banco Fator em relatório.

Já o IPCA-15 fechou março em 0,25%, abaixo do consenso de mercado de 0,38%. A Gradual Investimentos lembra que o valor é significativamente menor do que o apurado em março de 2011 e 2010, quando foi de 0,60% e 0,55%, respectivamente.

Muçulmanos em França temem reacções do país ao caso Toulouse

Assim que foi confirmada a ascendência argelina e as alegadas ligações à Al-Qaeda de Mohamed Merah, o principal suspeito de ter cometido os ataques que em nove dias vitimaram sete pessoas na região de Toulouse, o receio instalou-se na comunidade muçulmana em França: em causa estavam as eventuais repercussões sociais que pudessem brotar no pais, após o devaneio terrorista de um indivíduo.

Ontem, quarta-feira, quando as autoridades ainda lidavam com a barricada de Merah na sua residência, os principais líderes e representantes das instituições muçulmanas em França começaram a lançar os seus apelos, alguns deles compilados pelo Le Monde.

Na ressaca de Toulouse, Sarkozy prometeu 'punir com a lei' o terrorismo em França.

Dalil Boubakeur, reitor da mesquita de Paris, começou por falar na «amálgama» que hoje Nicolas Sarkozy também frisou, ao explicar que «não se deve misturar a religião muçulmana, 99% pacífica, com estas mini-franjas de pessoas decididas a fazer atrocidades».

Comum a todas as declarações foi o esforço por se distanciarem dos actos alegadamente cometidos pelo suspeito de Toulouse.

Mohammed Moussaoui, presidente do Conselho Francês do Culto Muçulmano (CFCM), realçou que «este indivíduo [Mohamed Merah] não pode em caso nenhum justificar os seus actos com a religião muçulmana».

Em comunicado, o Colectivo contra a Islamofobia em França (CCIF) lembrou o massacre que Anders Breivik cometeu na Noruega – matou 77 pessoas num ataque que, como explicou, visou «traidores» que apoiavam «a colonização islâmica» -, para apelar a uma «reflexão» que «mude o clima de ódio que conduziu ao drama» de Toulouse.

Os receios estenderam-se a Driss El-Kherchi, presidente da Associação do Trabalhadores Migrantes em França (ATMF), ao alertar para o clima de «culpabilização», lembrando que existe «a preocupação de que esta é uma oportunidade para alguns partidos» de «atacarem» os muçulmanos presentes no país.

E recorde-se que, durante a sua campanha de recandidatura à presidência do país, Nicolas Sarkozy começara já a adoptar um discurso virado à direita, tendo inclusivamente dito, durante um debate televisivo, que a França tinha «demasiados estrangeiros» e que pretendia «reduzir para metade» o número de imigrantes que anualmente entram no país.

Estima-se que em França existam cerca de cinco milhões de pessoas de origem muçulmana.

IPCA-15 desacelera em março com educação--IBGE

Reuters Brasil


RIO DE JANEIRO, 22 Mar (Reuters) - O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) -considerado uma prévia da ganho de 0,38 por cento em março, segundo a mediana das previsões de 17 analistas, cujas estimativas variaram entre alta inflação oficial- subiu 0,25 por cento em março, mostrando uma forte desaceleração ante a alta de 0,53 por cento registrada em fevereiro, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira.

O resultado deste mês é o melhor para março desde 2009 -auge da crise internacional, quando teve alta de 0,11 por cento- e veio bem abaixo das expectativas do mercado. Economistas consultados pela Reuters previam de 0,32 por cento e de 0,43 por cento.

No acumulado dos últimos 12 meses, o IPCA-15 registrou alta de 5,61 por cento, abaixo dos 12 meses imediatamente anteriores, quando ficou em 5,98 por cento. Em março do ano passado, o indicador havia registrado alta de 0,60 por cento.

De acordo com o IBGE, a desaceleração da alta do IPCA-15 deveu-se à "forte redução dos efeitos da alta sazonal do grupo educação", que ficou concentrada em fevereiro, com alta de 5,66 por cento. Em março, reduziu a 0,51 por cento. Com isto, ainda segundo o instituto, a alta de preços no segmento de produtos não alimentícios passou de 0,60 por cento em fevereiro para 0,26 por cento em março.

O grupo Alimentação e bebidas também mostrou desaceleração nas altas, passando de 0,29 por cento em fevereiro para 0,22 por cento neste mês. O grupo Despesas pessoais foi o que mais mostrou alta em março, com 0,60 por cento, enquanto na ponta oposta veio o grupo Comunicação, com deflação de 0,49 por cento.

JUROS EM QUEDA

O resultado do IPCA-15, mostrando desaceleração forte neste mês, foi considerado uma boa surpresa pelos analistas, o que corrobora que o Banco Central deve continuar reduzindo a Selic -hoje em 9,75 por cento ao ano. Para o economista-chefe da CM Capital Markets, Mauricio Nakahodo, está mantida a expectativa de pelo menos mais um corte de 0,75 ponto percentual na taxa básica de juros, como ocorreu no início do mês.

"Mas acho que é muito cedo para revisar (a estimativa), até porque em abril a inflação não deve vir tão baixa quanto foi em março", afirmou ele, citando preços de tarifas de energia.

O BC vem afirmando que a inflação no Brasil está convergindo para o centro da meta de 4,5 por cento pelo IPCA, para justificar a redução da Selic, de 12,5 por cento em agosto para 9,75 por cento atualmente, com a intenção de estimular a economia. O governo quer garantir uma expansão econômica na casa dos 4 por cento neste ano, após os 2,7 por cento vistos em 2011.

Além disso, O Comitê de Política Monetária (Copom) do BC deixou claro que pretende levar a taxa básica de juros para patamares "ligeiramente acima dos mínimos históricos" e estabilizá-la neste nível. O piso já alcançado é de 8,75 por cento ao ano, que vigorou entre julho de 2009 a abril de 2010.

No relatório Focus desta semana, o mercado financeiro acompanhou essa percepção e elevou para 0,75 ponto percentual sua estimativa de corte na taxa básica de juros na próxima reunião do Copom, em 18 de abril. Além disso, o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) foi estimado em 3,30 por cento neste ano e em 4,20 por cento no ano que vem.

Em fevereiro, o IPCA subiu 0,45 por cento, após alta de 0,56 por cento em janeiro, o menor patamar em cinco ano para o período, mostrando que a inflação havia perdido força.

Desemprego no Brasil sobe a 5,7% em fevereiro–IBGE



O desemprego brasileiro subiu para 5,7 por cento em fevereiro, ante 5,5 por cento em janeiro, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira.


Governo adotará medidas para incentivar a economia, sobretudo o setor industrial., diz Mantega - Divulgação

Pesquisa da Reuters mostrou que, pela mediana das previsões de 19 analistas consultados, a taxa seria de 5,9 por cento no mês passado. As estimativas variaram de 5,7 a 6,2 por cento.

A taxa de janeiro havia sido a menor para o mês desde o início da série histórica, em 2002.

Em fevereiro de 2011, a taxa ficou em 6,4 por cento, sendo que em dezembro passado chegou à mínima histórica de 4,7 por cento.

O emprego é uma das principais preocupações deste ano para o governo, que por isso vem se empenhando para garantir um crescimento econômico na casa de 4 por cento no período. A atenção redobrou porque, em 2011, o país registrou expansão de apenas 2,7 por cento.

Para tanto, entre outros, o Banco Central acelerou o ritmo de corte nos juros básicos em 7 de março, de 10,50 para 9,75 por cento ao ano para estimular o consumo e, consequentemente, a atividade.

Além disso, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, tem dito que o governo adotará medidas para incentivar a economia, sobretudo o setor industrial. Mas exigirá contrapartidas, como a manutenção de empregos.

O mercado de trabalho mostrou sinais de fraqueza recentemente. Em fevereiro, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho, a economia brasileira gerou 150.600 postos de trabalho em fevereiro, 57 por cento a menos do que no mesmo período do ano anterior.

Dia Mundial da Água: “Não há solução única e mágica"



De acordo com a Organização das Nações Unidas, cerca de 800 milhões de pessoas no mundo ainda não tem acesso à água potável. Levando em conta o crescimento populacional e o desenvolvimento econômico este cenário só vai piorar. Para que isto não aconteça, é preciso uma mudança radical, de acordo com Albano Araújo, Coordenador da Estratégia de Água Doce, do Programa de Conservação da Mata Atlântica, da ONG The Nature Conservancy.





Ele afirma, neste dia mundial da água, que é hora de pensar de forma mais efetiva nas soluções possíveis para a distribuição equitativa de água no mundo, mesmo que se tenha em mente que não existe uma solução mágica para todo o mundo ou mesmo para um país das dimensões do Brasil. “Há um conjunto de soluções que pode ser combinado para resolver problemas específicos de cada local”, disse.

Veja abaixo a entrevista concedida ao iG:

iG: Qual é o maior problema referente a distribuição de água no mundo?
Albano Araújo: Há dois problemas básicos a serem enfrentados: a escassez física e a escassez econômica de água. Em algumas regiões do mundo, devido às condições climáticas, simplesmente não há água suficiente. Em outras regiões a falta de infraestrutura e de investimentos faz com que as populações, especialmente as mais pobres, não tenham acesso à água limpa na quantidade adequada. Um grande desafio então em nível global é garantirmos o acesso equitativo à água, independente do nível de renda e, onde há escassez física, trabalharmos para encontrar soluções tecnológicas que aumentem a disponibilidade de água.

iG: E no Brasil, qual é o principal problema em relação à água?
Albano Araújo: No Brasil ainda enfrentamos a consequência de décadas de baixo investimento. A disponibilidade de saneamento básico é totalmente incompatível com o atual nível da atividade econômica no país. Os melhores números estão na região Sudeste, onde cerca de 95% da população tem acesso a água tratada e 70% do esgoto é coletado, mas no extremo a região norte a coleta de esgoto é inferior a 5% e menos de 70% da população recebe água tratada. O Brasil precisa investir pesadamente em tratamento de água e esgotos para revertermos estes números e deixarmos de ter ‘rios mortos’ correndo pelas cidades, verdadeiros esgotos a céu aberto, que contribuem para a disseminação de doenças.

iG: Um estudo recente afirma que a agricultura usa 92% da água doce do mundo. O que é preciso fazer para reverter esta situação?
Albano Araújo: O estudo diz que a agricultura contribui com 92% da pegada hídrica global da humanidade, mas também ressalta que cerca de 75% desta contribuição vem da Pegada Hídrica Verde, que corresponde à água da chuva que fica disponível nos solos para as culturas. Esta é a água que será absorvida e evapotranspirada pelas plantas. De um ponto de vista de sustentabilidade, poderíamos dizer genericamente ‘quanto mais verde melhor’ em relação à Pegada Hídrica de uma cultura, ou seja, quanto maior for a proporção do uso de água ‘verde’ (da chuva), mais água ‘azul’ ficará disponível, ou seja a água dos rios, lagos e aquíferos. Como a água ‘verde’ só pode ser usada na agricultura e a água azul tem múltiplos usos, o desafio na agricultura é aumentarmos a produtividade reduzindo o uso da água azul, o que pode ser feito principalmente otimizando os sistemas de irrigação.


iG: Ainda de acordo com este estudo, o Brasil é o quarto maior consumidor de água no mundo. Que bons e exemplos poderiam ser adotados para que o País consumisse menos água?
Albano Araújo: A Pegada Hídrica Verde do Brasil é grande devido à sua relevante produção agropecuária, mas novamente, este é um uso adequado da água verde, mas lembrando que podemos aplicar técnicas que aumentam a produtividade das culturas que não demandam irrigação. Com certeza, a nossa deficiência de saneamento é outro fator que aumenta consideravelmente a componente cinza da Pegada Hídrica do Brasil, já que poluímos grandes volumes de água dos rios lançando neles esgotos não tratados. Como a Pegada Hídrica cinza calcula o volume necessário para diluir esta poluição, tem-se um efeito multiplicador muito forte.

Uma boa prática extremamente viável no Brasil seria a captação de água de chuva para uso doméstico e industrial. O exemplo das cisternas no agreste nordestino mostra que mesmos com níveis de precipitação muito baixos (entre 600mm e 800mm por ano), já é possível armazenar água suficiente para os usos básicos de uma família. No restante do país onde chove muito (geralmente mais de 1.500mm por ano), a captação de água de chuva pode chegar a suprir até 40% da demanda doméstica. Como nosso sistema de distribuição de água tem muitas perdas (em média no Brasil metade da água tratada se perde nos encanamentos antes de chegar nas casas), captar água da chuva diretamente nas casas poderia ajudar bastante a reduzir a demanda de água dos mananciais que abastecem as cidades.

iG: Críticos afirmam que o Fórum Mundial da Água, na França, apenas reforçou a parceria público-privada para o acesso a água? O senhor concorda com isto? Seria mesmo um retrocesso?
Albano Araújo: Em linhas gerais, a ideia do Fórum foi buscar soluções viáveis para garantir o acesso equitativo e o uso eficiente e sustentável da água. Os problemas já são bem conhecidos e considerou-se que era hora de pensar de forma mais efetiva nas soluções possíveis. Um fato consensual é que não há uma solução única e mágica que possamos aplicar em todo o mundo ou mesmo em um país do tamanho do Brasil, mas há um conjunto de soluções que pode ser combinado para resolver problemas específicos de cada local. Desta forma, as parcerias público-privadas, bem como a valoração econômica da água, os programas de pagamentos por serviços ambientais, a criação de fundos para conservação da água, etc. são propostas de abordagens e soluções viáveis para alguns locais, mas não para todos.

iG: É possível assegurar a equidade no acesso de água em todo o mundo neste cenário que parece cada vez mais se agravar?
Albano Araújo: Não com o modelo atual de desenvolvimento. Qualquer projeção feita em uma calculadora com as quatro operações básicas mostra que se a população atual do planeta (sem contar o aumento previsto para os próximos 50 anos) assumisse o padrão de consumo dos países desenvolvidos, precisaríamos de mais 4 ou 5 planetas para dar conta do recado. Em algum momento será necessário fazer uma grande mudança nos padrões de comportamento e na relação com a natureza, evoluindo de uma visão consumista para uma mais sustentável. Por enquanto é uma opção, mas talvez antes do que pensamos isto será mandatório.

iG: Com base na realidade de hoje, que cenário teremos para os próximos anos?
Albano Araújo: As projeções são sombrias, mas são muito palpáveis as possibilidades de alterarmos o nosso futuro realizando agora as ações que nos permitirão viver em harmonia com o meio ambiente ao mesmo tempo em que podemos usufruir de uma qualidade de vida cada vez melhor. Certamente teremos de abrir mão de alguns itens dos nossos sonhos de consumo, mas poderemos substituí-los por outros equivalentes que nos tragam benefícios semelhantes, mas sem destruir a natureza e colocar em risco o futuro das próximas gerações.

Em busca de acordo para a Lei da Copa, líder do PT diz que baixará tom de críticas



O líder do PT, deputado Jilmar Tatto (SP), admite baixar o tom das críticas relacionadas ao projeto do novo Código Florestal para permitir um diálogo com as bancadas que apoiam o governo para a votação da Lei Geral da Copa (PL 2330/11).

O petista negou que tenha se dirigido de forma ofensiva à bancada ruralista quando falou em predadores da agricultura no discurso em Plenário nesta quarta-feira.

Não sei se alguém vestiu a carapuça, mas, de minha parte, em nenhum momento eu falei da bancada ruralista nem falei mal dos produtores. Vamos diminuir o tom do discurso. Se isso ajudar, vamos conversar com todos os partidos da base e garantir que a Lei Geral da Copa seja votada na semana que vem e depois montar um calendário para discutir o mérito do Código Florestal”, disse.

Troca de favores
O líder do DEM, deputado Antonio Carlos Magalhães Neto (BA), disse que o próprio governo está prejudicando o clima de votações na Câmara. O deputado não aceita que a oposição seja culpada pelos atrasos e impasses, “quando os próprios aliados do Palácio do Planalto estão pressionando por trocas de favores políticos”.

“O que a gente da oposição gostaria é que o governo dialogasse em torno de todas as matérias e não seguisse aquela lógica de sempre da política do toma-lá-dá-cá, da troca de favores, porque isso faz com a presidente fique refém da sua base. Não queremos que a Câmara fique parada e que a presidente fique refém de ninguém”, acrescentou.

Lei da Copa
O relator da Lei Geral da Copa, deputado Vicente Candido (PT-SP), reclama da confusão em torno do projeto. “Eu acho que nós estamos complicando uma coisa que não deveria ser tão complicada. O Brasil tem que tomar medidas, ou contra ou a favor, não pode ter dubieade, não pode ter conflito de normas entre os entes federados, tampouco entre os organizadores do evento e a CBF”, disse.

Os líderes partidários vão tentar até a semana que vem um acordo que permita a votação da Lei Geral da Copa antes do feriado da Semana Santa.

Classe C chega a 54% da população e tem renda média de R$ 1.450



Embora em ritmo menos acelerado, a classe C continuou a crescer no Brasil em 2011. A participação desse estrato social no total da população brasileira foi de 54% no ano passado, segundo pesquisa divulgada nesta quinta-feira pela Cetelem, financeira do grupo francês BNP Paribas em parceria com o instituto Ipsos.

Em 2010, ela representava 53% da população. De acordo com a pesquisa "O Observador Brasil 2011", a classe C recebeu 2,7 milhões de brasileiros em 2011, vindos da classe DE. Hoje, 103 milhões de pessoas fazem parte dessa classe social. A classe DE, por sua vez, encolheu no ano passado, representando 24% da população, num total de 45,2 milhões de brasileiros. Em 2010, eram 47,9 milhões de pessoas, ou 25% da população.

"Essas mudanças marcam a consolidação da mobilidade social que vimos ocorrer no Brasil nos últimos anos", diz Marcos Etchegoyen, diretor-presidente da Cetelem BGN. A pesquisa, realizada desde 2005, mostra que 63,7 milhões de brasileiros ascenderam socialmente no Brasil nos últimos sete anos. "É o equivalente a toda a população da Itália", comenta Etchegoyen.

O grupo que mais contribuiu para essa evolução foi a classe C, que representava 34% da população em 2005, e hoje está em 54%.

As classes sociais utilizadas no estudo são as definidas pelo Critério de Classificação Econômica Brasil (CCEB), fornecida pela Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa (Abep).

O conceito não considera a renda, mas a posse de itens como eletrodomésticos, veículos, quantidade de cômodos na casa e grau de instrução do chefe de família.

RENDA

A pesquisa mostrou ainda que a classe C foi a única camada da população cuja renda média familiar cresceu em 2011. A evolução foi de 8%, para R$ 1.450. As classe AB e DE tiveram uma ligeira queda na renda, de R$ 2.893 em 2010 para R$ 2.907 no ano passsado, no caso da AB, e de R$ 809 para R$ 792, na classe DE.

A renda disponível, que corresponde à renda da família após os gastos, cresceu em todas as classes sociais no ano passado, o que indica que houve uma maior contenção dos gastos. "As pessoas gastaram menos no ano passado,influenciadas pela piora no ambiente econômico, especialmente no segundo semestre", diz Miltonleise Filho, vice-presidente da Cetelem BGN.

A preocupação com o futuro da economia apareceu em outro dado levantado pela pesquisa, sobre intenção de compra para 2012. Em comparação com o ano anterior, os brasileiros mostraram-se mais cautelosos para consumir itens como carros, computadores e eletrodomésticos.

O percentual de pessoas com intenção de comprar um automóvel este ano, por exemplo, caiu de 18% para 15% em 2011. Apenas 25% da população declarou ter pretensão de comprar algum serviço relacionado a lazer ou viagem, ante 32% na pesquisa anterior. "Devido a essa cautela, em 2012 podemos não ter o mesmo nível gasto visto no ano passado", diz Miltonleise Filho.
Ainda assim, o brasileiro ainda é o povo mais otimista, dentre os 13 países onde a pesquisa é realizada anualmente. A nota média dada pelos entrevistados à situação do país foi de 6,3 em 2011, a maior avaliação nos mercados pesquisados. Os alemães têm a segunda melhor avaliação sobre seu país: a nota média no país foi de 6,2.

A pesquisa ouviu 1.500 pessoas em 70 cidades brasileiras, em dezembro do ano passado. (fonte: idest.com.br)

ESTREIA-Wim Wenders inova com 3D no documentário "Pina"

Reuters Brasil


SÃO PAULO, 22 Mar (Reuters) - Lançado no Festival de Berlim de 2011, o documentário "Pina", do premiado diretor alemão Wim Wenders, mostrou na prática como o 3D pode ser um recurso excepcional também para filmes de arte.

No caso, foi a ferramenta ideal para dar uma textura original na tela às coreografias da alemã Pina Bausch (1940-2009), um dos maiores nomes da dança contemporânea. O filme foi indicado ao Oscar de documentário em 2012.

A ousadia de demarcar este novo território para o 3D, habitualmente pensado apenas para aventuras e filmes de ação, também enfrentou seus obstáculos e não foram propriamente técnicos. O maior deles foi a morte repentina da coreógrafa, de câncer, em junho de 2009, dois dias antes do início das filmagens.

A tragédia interrompeu momentaneamente o projeto, que fora idealizado justamente sobre a presença de Pina à frente de todo o processo. Originalmente, o filme acompanharia não só os ensaios e montagens de seus trabalhos, mas também uma excursão de sua companhia, a Tanztheater Wuppertal, ao exterior, incluindo o Brasil, e que acabou acontecendo em 2011, já sem sua mentora.

Por insistência dos parentes de Pina e dos próprios bailarinos da trupe que ela dirigiu por mais de 30 anos, na cidade de Wuppertal, o filme ressuscitou sob novo conceito.

Na versão que vingou na tela, reconstituem-se algumas de suas coreografias mais impactantes, não só no cenário habitual do teatro, mas em locações externas, na rua, num parque, numa piscina, num galpão envidraçado e, uma das mais originais, a bordo de um monotrilho.

Dispensando informações biográficas, "Pina" registra fragmentos de coreografias como "A Sagração da Primavera", sob música de Igor Stravinsky, num palco coberto de terra, onde interagem uma trupe toda masculina, outra toda feminina.

Também, "Café Mueller", com música de Henry Purcell, e conduzida por bailarinos de olhos fechados, num cenário abarrotado de cadeiras; "Kontakhof", justapondo sua execução por bailarinos de diversas idades; e "Vollmond", que se desenvolve em torno de uma queda d'água no palco, com bailarinos brincando alegremente molhados; e até um divertido solo em cima da canção "O Leãozinho", de Caetano Veloso.

Cineasta premiado com o troféu de melhor direção em Cannes 1987 por seu drama poético "Asas do Desejo", ultimamente Wenders vem refinando seu talento em documentários, caso dos musicais "Buena Vista Social Club" (99) e "A Alma de um Homem" (2003).

Mais uma vez, é o que faz aqui, ao encontrar cenários inusitados para as criações de Pina, que introduzia terra, água e outros elementos inesperados no ambiente normalmente asséptico do palco.

Mostra-se também um acerto não realizar entrevistas. Alguns bailarinos falam espontaneamente de seu relacionamento com Pina -inclusive a brasileira Regina Advento, na companhia desde 1993 (há outra brasileira no grupo, Ruth Amarante). Outros preferem simplesmente ficar em silêncio, olhando a câmera. Seus sentimentos estão na dança criada por Pina, que fala por si.

O filme circula em versões 3D e 2D.

Acabar com a fome depende de um melhor uso da água, diz ONU



O secretário-geral das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, afirmou nesta quinta-feira, Dia Mundial da Água, que só com um bom aproveitamento da água será possível vencer a luta do combate à fome. Para alertar a população sobre essa previsão, Ban enviou uma declaração que foi lida no começo da cerimônia do Dia Mundial de Água 2012, realizada na sede da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO), em Roma.

A água potável vai mesmo acabar; tire suas dúvidas

"Se não aumentarmos nossa capacidade de utilizar a água sabiamente na agricultura, não conseguiremos acabar com a fome e, por consequência, teremos que enfrentar uma série de problemas, incluindo a seca, a fome e a instabilidade política", advertiu Ban.

Ban Ki-moon também fez questão de assegurar que, para produzir alimentos suficientes para uma população em rápido crescimento, a comunidade internacional precisa garantir o uso sustentável "do recurso limitado mais importante" do mundo: a água.

O secretário-geral da ONU ainda advertiu que "a escassez da água está aumentando, enquanto a taxa de crescimento da produção agrícola se desacelerou", dois fatores que afetam diretamente "os camponeses nos países de baixa renda, os mais vulneráveis e menos capazes de se adaptar".

"Garantir a segurança alimentar e hídrica sustentável para todos requer a transferência das tecnologias adequadas, a promoção dos pequenos produtores alimentícios e a conservação dos ecossistemas essenciais", apontou Ban, que cobrou "políticas que promovam o direito à água para todos".

"A água terá um papel-chave na construção do futuro que queremos", concluiu Ban, que indicou que a comunidade internacional precisará reunir dados de segurança hídrica, alimentar e nutricional no contexto de uma economia verde na próxima Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável Rio+20, que será realizada em junho, no Rio de Janeiro.

O diretor-geral da FAO, o brasileiro José Graziano da Silva, indicou que para um melhor aproveitamento da água é preciso intensificar a agricultura sustentável, usar a água de forma mais inteligente e também mudar a forma de como comemos, reduzindo o desperdício e promovendo dietas mais saudáveis.

"Para alcançar essas metas temos que investir em pessoas, infraestruturas, educação e conscientização, assim como encontrar incentivos para que os pequenos camponeses adotem boas práticas e fortaleça sua capacidade de produtividade", acrescentou Graziano da Silva.

Segundo a FAO, a cada ano cerca de 1,3 bilhão de toneladas de alimentos são desperdiçadas. Uma redução de 50% dessas perdas poderia resultar em uma economia de aproximadamente 1.350 km cúbicos de água a cada ano.

Greve geral e protestos contra ajuste em Portugal

AFP


LISBOA — Portugal vivia nesta quinta-feira uma greve geral e manifestações convocadas pelo principal sindicato, que esperava uma forte mobilização contra as medidas de austeridade do Governo, denunciadas como agravantes da recessão e do desemprego.

Em Lisboa, o metrô estava parado e a atividade nos principais portos do país perturbada à espera das manifestações convocadas na capital e em outras cidades para a tarde desta quinta-feira.

Palavras como "Manifestação", "Greve geral", "Basta!" eram lidas nos cartazes presos em Lisboa nos últimos dias por militantes da CGTP, a principal central sindical portuguesa, que convocou esta greve sozinha.

No entanto, os transportes aéreos não foram afetados pela greve, embora escolas, hospitais, tribunais, administrações, correios, bibliotecas, museus e coleta de lixo funcionassem parcialmente.

"O metrô está fechado pela greve. Perdoem o incômodo", dizia um cartaz preso em um portão de acesso ao metrô de Lisboa.

"Nosso balanço até agora é positivo. Há uma forte adesão no setor dos transportes públicos, nas empresas de coleta de lixo e uma forte participação no setor de saúde", disse Armenio Carlos, líder da CGTP, que conta com cerca de 600 mil afiliados.

No fim da manhã, a capital, onde os trens e ônibus proporcionavam serviços mínimos, parecia pouco perturbada, já que a maioria dos comércios, cafés, supermercados, bancos e farmácias abriu.

"A greve não serve para nada e prejudica o país", disse Pedro, um garçom de 30 anos que disse que o número de clientes não diminuiu.

A CGTP se lançou sozinha nesta batalha, sem o apoio da outra grande central sindical, a UGT, que a havia apoiado nas duas greves gerais anteriores, de novembro de 2010 e novembro de 2011.

Os dois sindicatos estão divididos quanto à reforma trabalhista promovida pelo governo, aceita pela UGT, mas que a CGTP rejeitou, ao classificá-la de "regresso ao feudalismo" e que prevê uma flexibilização da jornada de trabalho, facilitação das demissões, supressão de feriados e redução de dias de férias.

Depois de Grécia e Irlanda, Portugal é o terceiro país da Eurozona que precisou de assistência financeira para evitar a quebra. Em maio do ano passado, a União Europeia e o Fundo Monetário Internacional (FMI) concederam um pacote de créditos de 78 bilhões de euros em troca de reformas draconianas para reduzir a dívida do Estado.

Muitos analistas duvidam que a CGTP possa vencer esta batalha. "Estatisticamente, a adesão às greves em tempo de crise é reduzida, já que as pessoas sabem que não servirão para nada", disse o cientista político Antonio Costa Pinto, que lembrou que os protestos não tiveram nunca em Portugal o mesmo seguimento que em outros países, em particular a Grécia.

As medidas de austeridade do governo provocaram uma desaceleração da economia portuguesa, que, segundo previsões oficiais, se contrairá mais de 3%, enquanto o desemprego subirá a 14,5%.

Estas previsões alimentaram os temores de que Portugal possa necessitar de um segundo pacote de ajuda, já que não está claro se o país poderá regressar ao mercado da dívida privado em setembro de 2013.