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quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Sentir-se amado

O cara diz que te ama, então tá. Ele te ama. 

Sua mulher diz que te ama, então assunto encerrado.

Você sabe que é amado porque lhe disseram isso, as três palavrinhas mágicas. Mas saber-se amado é uma coisa, sentir-se amado é outra, uma diferença de milhas, um espaço enorme para a angústia instalar-se.

A demonstração de amor requer mais do que beijos, sexo e verbalização, apesar de não sonharmos com outra coisa: se o cara beija, transa e diz que me ama, tenha a santa paciência, vou querer que ele faça pacto de sangue também?

Pactos. Acho que é isso. Não de sangue nem de nada que se possa ver e tocar. É um pacto silencioso que tem a força de manter as coisas enraizadas, um pacto de eternidade, mesmo que o destino um dia venha a dividir o caminho dos dois.

Sentir-se amado é sentir que a pessoa tem interesse real na sua vida, que zela pela sua felicidade, que se preocupa quando as coisas não estão dando certo, que sugere caminhos para melhorar, que coloca-se a postos para ouvir suas dúvidas e que dá uma sacudida em você, caso você esteja delirando. "Não seja tão severa consigo mesma, relaxe um pouco. Vou te trazer um cálice de vinho".

Sentir-se amado é ver que ela lembra de coisas que você contou dois anos atrás, é vê-la tentar reconciliar você com seu pai, é ver como ela fica triste quando você está triste e como sorri com delicadeza quando diz que você está fazendo uma tempestade em copo d´água. "Lembra que quando eu passei por isso você disse que eu estava dramatizando? Então, chegou sua vez de simplificar as coisas. Vem aqui, tira este sapato."

Sentem-se amados aqueles que perdoam um ao outro e que não transformam a mágoa em munição na hora da discussão. Sente-se amado aquele que se sente aceito, que se sente bem-vindo, que se sente inteiro. Sente-se amado aquele que tem sua solidão respeitada, aquele que sabe que não existe assunto proibido, que tudo pode ser dito e compreendido. Sente-se amado quem se sente seguro para ser exatamente como é, sem inventar um personagem para a relação, pois personagem nenhum se sustenta muito tempo. Sente-se amado quem não ofega, mas suspira; quem não levanta a voz, mas fala; quem não concorda, mas escuta.

Agora sente-se e escute: eu te amo não diz tudo.

Martha Medeiros

Os Livros



Livros são como abelhas que levam seu pólen de uma inteligência a outra , assim formando uma pessoas mais critica e ética

Seja exemplo e não um trouxa

Vamos rir um pouco

Amor

Um dia me perguntaram na onde vinha o amor , mas não sabia responder , pois amor não tem palavras , mas tem sentimento que só um casal apaixonado pode responder , pois assim como a rosa tem sua beleza o amor tem seu efeito de fazer você ficar mais feliz , quando a pessoa amada está ao seu lado .

Manter o foco

ANTÍDOTO CONTRA A VIOLÊNCIA

Guimarães Rosa, o revolucionário das palavras, dizia isto: "Se todo animal inspira ternura, o que houve, então, com os homens?" Nós nos gabamos de sermos diferentes dos animais, porque pensamos e porque sorrimos, duas coisas que os irracionais não conseguem fazer. Mas estamos perdendo a ternura coletiva, num processo de anodinia animalizante, bem ao contrário do que pregava o revolucionário de outras trincheiras, Che Guevara. 
Violência atrai violência, é o que dizem psicólogos, sociólogos, educadores e outros estudiosos da alma humana. Sob a comoção da violência, no entanto, a resposta inicial costuma ser de endurecimento. Violenta. A mesma violência que deverá voltar, em círculo vicioso, como resposta. Isto é o que sabemos sobre os conflitos.
Mas o que fazer?
Guimarães Rosa também dizia outra coisa: "Eu quase que nada não sei. Mas desconfio de muita coisa". O recado é claro. Temos que reaprender. Principalmente as atitudes que nos despertem sentimentos opostos àqueles que compõem o vício da violência. A essência da existência humana está nas coisas mais singelas. É preciso aprender a ver essas coisas. E é preciso aprender a compreender os valores. Se eu não der passagem, a reação do outro de também não dar passagem tem como resultado um trânsito congestionado e mal-humorado. Se eu não respeito a fila, devo admitir que possivelmente outros também não a respeitem. Se eu me aproveito da fraqueza física de um colega de escola, posso estar abrindo a guarda para a violência física e outras formas mais cruéis da violência.
Alguém precisa começar a ceder. Alguém precisa começar a revolução da resistência contra a violência. Ronald Reagan, ex-presidente dos Estados Unidos, fez em outras circunstâncias duas perguntas: "Se não nós, quem? Se não agora, quando?"
Aristóteles dizia que felicidade é a associação da prosperidade com a virtude. Essas duas coisas se integram, porque o virtuoso se eleva para a prosperidade moral - que por sua vez induz quase compulsoriamente à felicidade material. Ao contrário, o medo mantém o homem na caverna - Platão já discorria sobre isso. O medo cria mitos. O medo cria idolatrias. O medo cria alienações. Uma abordagem da questão da convivência social, na ética, conduz necessariamente ao entendimento do outro. E o entendimento traz consigo o respeito.
O antídoto do medo é a gentileza. Em todas as suas formas sinonímicas: respeito, afeto, solidariedade. Ou na sua morfologia metafísica: o bem, o transcendente, o elevado, e (por que não?) o divino.
O educador deve propiciar aos seus aprendizes, não a doutrina, mas a consciência. A consciência do que é o bem, o bom e o belo. Até porque essa tríade, capaz de dotar o espírito e a mente humana do viço e da energia essenciais à edificação de ideais nobres, cria um círculo virtuoso fundamental à convivência social pacífica, ao desenvolvimento do caráter ético e ao fortalecimento de valores como honestidade, lealdade, respeito, civilidade, fraternidade, solidariedade e senso de justiça.
Os conceitos filosóficos descritos por Platão a respeito do belo, estão bem evidentes em dois textos (um em Fedro, outro em República). No primeiro, o filósofo nos diz: "(...) na beleza e no amor que ela suscita, o homem encontra o ponto de partida para a recordação ou a contemplação das substâncias ideais". Já em sua República, Platão compara o bem ao Sol, que dá aos objetos não apenas a possibilidade de serem vistos, como também a de serem gerados, de crescerem e de nutrir-se. O pensamento filosófico e a poesia não oferecem mapas ou guias para a felicidade. Muito melhor do que isso, apontam caminhos para que possamos ter o prazer de encontrá-la pelos nossos próprios esforços.
Cada um de nós tem, portanto, um bom combate para lutar, modernamente. E o desafio do educador é este: combater a violência com a gentileza. Talvez um pouco como Gandhi, na sua resistência passiva. Ou então como as formigas de uma colônia, cada uma fazendo a sua pequena parte para que a coletividade avance. E não é verdade que uma colônia de formigas desperta, pela sua organização e espírito de solidariedade, a ternura que nos falta?
Nesse caminho, é principalmente à escola que cabe ser o espaço da redenção. A escola é um local seguro, onde as pessoas convivem, a salvo de influências malévolas, e onde o refinamento do espírito é a proposta e o propósito. Na escola pode, e deve, imperar a ternura. Ali, naquele terreno fértil, pode crescer a planta de onde a civilização retira a essência do melhor antídoto contra a violência: a gentileza.


(Revista Profissão Mestre, edição de abril de 2007)

Gabriel Chalita

PÍLULAS DO GRANDE SERTÃO

Coração de gente — o escuro, escuros.

Quem ama é sempre muito escravo, mas não obedece nunca de verdade.

Querer o bem com demais força, de incerto jeito, pode já estar sendo se querendo o mal por principiar.

No sistema de jagunços, amigo era o braço, e o aço!

Amigo, para mim, é só isto: é a pessoa com quem a gente gosta de conversar, do igual o igual, desarmado. O de que um tira prazer de
estar próximo. Só isto, quase; e os todos sacrifícios. Ou — amigo — é que a gente seja, mas sem precisar de saber o por quê é que é.

O amor? Pássaro que põe ovos de ferro.

Vivendo, se aprende; mas o que se aprende, mais, é só a fazer outras maiores perguntas.

A colheita é comum, mas o capinar é sozinho.

O diabo é às brutas; mas Deus é traiçoeiro!

O diabo na rua, no meio do redemunho.

O Arrenegado, o Cão, o Cramulhão, o Indivíduo, o Galhardo, o Pé-de-Pato, o Sujo, o Homem, o Tisnado, o Coxo, o Temba, o Azarape, o Coisa-Ruim, o Mafarro, o Pé-Preto, o Canho, o Duba-Dubá, o Rapaz, o Tristonho, o Não-sei-que-diga, O-que-nunca-se-ri, o Sem-Gracejos... Pois, não existe! E se não existe, como é que se pode se contratar pacto com ele?

Quem muito se evita, se convive.

Julgamento é sempre defeituoso, porque o que a gente julga é o passado.

O que lembro, tenho.

Mestre não é quem sempre ensina, mas quem de repente aprende.

Quem mói no asp'ro não fantaseia.

Quando se curte raiva de alguém, é a mesma coisa que se autorizar que essa própria pessoa passe durante o tempo governando a idéia e o
sentir da gente.

Vingar... é lamber, frio, o que outro cozinhou quente demais.

Quem sabe do orgulho, quem sabe da loucura alheia?

Ser chefe — por fora um pouquinho amargo; mas, por dentro, é risonhas flores.

Um chefe carece de saber é aquilo que ele não pergunta.

Comandar é só assim: ficar quieto e ter mais coragem.

Toda saudade é uma espécie de velhice.

Riu de me dar nojo. Mas nojo medo é, é não?

Um sentir é do sentente, mas outro é do sentidor.

Tudo é e não é.

Mocidade é tarefa para mais tarde se desmentir.

Sertão é onde manda quem é forte, com as astúcias. Deus mesmo, quando vier, que venha armado!

O sertão é do tamanho do mundo.

Sertão é dentro da gente.

O sertão é sem lugar.

O sertão não tem janelas, nem portas. E a regra é assim: ou o senhor bendito governa o sertão, ou o sertão maldito vos governa.

O sertão não chama ninguém às claras; mais, porém, se esconde e acena.

O sertão é uma espera enorme.

Sertão: quem sabe dele é urubu, gavião, gaivota, esses pássaros: eles estão sempre no alto, apalpando ares com pendurado pé, com o olhar remedindo a alegria e as misérias todas.

A vida é ingrata no macio de si; mas transtraz a esperança mesmo do meio do fel do desespero.

A vida é muito discordada. Tem partes. Tem artes. Tem as neblinas de Siruiz. Tem as caras todas do Cão e as vertentes do viver.

Manter firme uma opinião, na vontade do homem, em mundo transviável tão grande, é dificultoso.

Viver — não é? — é muito perigoso. Porque ainda não se sabe. Porque aprender-a-viver é que é o viver mesmo.

Enfim, cada um o que quer aprova, o senhor sabe: pão ou pães, é questão de opiniães...

Feito flecha, feito fogo, feito faca.

Vi: o que guerreia é o bicho, não é o homem.

Até que, um dia, eu estava repousando, no claro estar, em rede de algodão rendada. Alegria me espertou, um pressentimento. Quando eu olhei, vinha vindo uma moça. Otacília. // Meu coração rebateu, estava dizendo que o velho era sempre novo. Afirmo ao senhor, minha Otacília ainda se orçava mais linda, me saudou com o salvável carinho, adianto de amor.

João Guimarães Rosa

Uma vez

Quando comecei a gostar de ler foi através de uma paixão por uma garota , mas que no final não deu certo .
É aquela paixão não pode ter dado certo mais uma coisa eu falo a vocês que hoje agradeço a ela por te mostrado um outro mundo um mundo a onde as palavras estão loucas para serem lidas e a onde você pode ser o escritor , herói e até no caso o vilão , mas uma coisa eu falo para vocês meus colegas que acompanha no meu Blog , é muito bom viver neste mundo das palavras ......

Milagre existe

Como sabemos nos Estados Unidos , sofreu com o ciclone Sandy , mas uma coisa que me chamou atenção foi esta imagem , tudo em sua volta foi destruído mas não esta bela imagem de Nossa Senhora ...