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sábado, 31 de março de 2012

China prende seis suspeitos e fecha 16 sites após boatos de golpe



A polícia chinesa prendeu seis pessoas e fechou 16 páginas da internet em meio à disseminação de rumores pela rede de que veículos militares estariam nas ruas de Pequim, segundo anunciaram fontes oficiais neste sábado.

As mensagens que sugeriam um possível golpe militar em curso, sem nenhuma evidência, repercutiram na última semana em alguns meios de comunicação internacionais, num momento de tensão por conta da recente demissão do prefeito da cidade de Chongqing, Bo Xilai, um dos políticos mais populares do país. Antes das prisões e dos fechamentos de sites anunciados neste sábado, os censores chineses já vinham bloqueando as buscas por termos ligados a Bo.

O departamento do governo que controla a internet no país afirmou que os rumores sobre golpe eram "uma influência muito negativa sobre o público".

Dois populares serviços de microblogs no país - Sina Weibo e Tencent Weibo, semelhantes ao Twitter - interromperam temporariamente os comentários sobre posts de outros usuários. Segundo eles, os comentários ficarão desativados entre este sábado e a terça-feira para que eles possam "agir para interromper a disseminação de boatos".

Um porta-voz do departamento de internet afirmou à agência Xinhua que os dois serviços foram "criticados e punidos de acordo". Ele afirmou ainda que várias outras pessoas foram "advertidas ou educadas".

A ação das autoridades chinesas contra as supostas fontes dos rumores de golpe mostram uma forte preocupação das autoridades chinesas em manter a estabilidade em um momento de transição política e de desaceleração econômica no país.

Em um editorial, o Diário do Povo, jornal oficial do Partido Comunista, afirmou que "os boatos na internet e as mentiras embaladas como 'fatos' transformam as conjecturas em 'realidades', alimentam a confusão online e perturbam as mentes das pessoas". "Se forem deixados fora de controle, eles perturbarão seriamente a ordem social, afetarão a estabilidade social e farão mal à integridade social", complementou o jornal.

O país se prepara para iniciar o processo de mudança na liderança do país, num ritual que ocorre apenas uma vez a cada dez anos. A demissão de Bo Xilai, considerado até então um dos favoritos para promoção no politburo do Partido Comunista, sugere uma feroz batalha de bastidores pelo controle do partido.

Bo foi retirado de seu cargo após o chefe da polícia da cidade, que tem cerca de 30 milhões de habitantes, ter buscado refúgio no consulado americano, supostamente após ter iniciado uma investigação sobre familiares do prefeito. Desde então, uma série de acusações vêm sendo divulgadas contra Bo.

No início da semana divulgou-se a informação de que o governo do Reino Unido teria pedido às autoridades chinesas que reabrissem as investigações sobre a morte do empresário britânico Neil Heywood, supostamente amigo próximo do ex-prefeito.

Com BBC

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