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sábado, 31 de março de 2012
Tom Jobim
Antônio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim - ou Tom Jobim -, compositor, cantor, violonista e pianista, um dos maiores expoentes da música brasileira, foi também um dos principais responsáveis pela internacionalização da bossa nova, estilo e movimento musical com influências jazzísticas, iniciado por volta de 1958 no Rio de Janeiro, que introduziu invenções melódicas e harmônicas no samba.
Considerado um dos grandes compositores de música popular do século 20, as raízes de Tom Jobim encontram-se no jazz, em Gerry Mulligan, Chet Baker, Barney Kessel e outros músicos da década de 1950. Ao mesmo tempo, Jobim sofreu influências da música erudita, principalmente do compositor francês Claude Debussy, e dos ritmos do samba.
A certa maneira simples e melódica de tocar o piano, Jobim acrescentava sempre um toque de invenção, uma sonoridade inesperada, enquanto sua voz, ligeiramente rouca, salientava os aspectos emocionais das letras.
Depois de ter pensado em seguir a carreira de arquiteto, Jobim acabou se dedicando exclusivamente à música: aos vinte anos já se destacava em casas noturnas e estúdios de gravação. Se primeiro disco foi gravado em 1954, mas o sucesso veio em 1956, quando, junto com o poeta Vinicius de Moraes, elaborou a música da peça teatral "Orfeu da Conceição" (no cinema, "Orfeu negro").
A bossa nova surgiria efetivamente em 1958, quando Jobim produz o disco "Chega de saudade", no qual João Gilberto toca e canta músicas do próprio Jobim.
Fama internacional
A fama de Tom Jobim se tornaria internacional em 1962, quando o saxofonista Stan Getz e o guitarrista Charlie Byrd gravaram o LP "Jazz Samba", que permaneceria diversas semanas na lista de mais vendidos. Numa das faixas, a versão instrumental de "Desafinado", que ganharia vários intérpretes nos EUA, entre eles: Lalo Schifrin, Quincy Jones, Coleman Hawkins e Dizzy Gillespie. Um ano depois, Jobim e outros músicos brasileiros se apresentaram no Carnegie Hall, onde cantaram "Garota de Ipanema".
Durante as décadas de 1960 e 1970, Jobim gravou discos para os principais estúdios norte-americanos. Quando o êxito da música brasileira nos EUA começou a dar sinais de esgotamento, ele se concentrou, então, na televisão e no cinema brasileiros.
Em 1985, Jobim voltou ao Carnegie Hall, onde cantou diante de três mil pessoas, abrindo uma longa temporada de shows no Brasil e na Europa. Temporada, aliás, que se prolongaria, no ano seguinte, com uma apresentação no Avery Fisher Hall, de Nova York.
No ano de 1994, ele voltaria duas noites seguidas, em abril, ao Carnegie Hall: na primeira, para comemorar os 50 anos da gravadora Verve, na companhia de Pat Metheny, Joe Henderson, Charles Haden e Al Foster; na segunda, para promover a Rainforest Foundation, ao lado de Sting, Elton John e Luciano Pavarotti.
Em 15 de setembro, viajou até Nova York para submeter-se a uma angioplastia. Num dos vários exames realizados, os médicos detectaram um tumor maligno em sua bexiga - e a cirurgia foi marcada para 6 de dezembro, no Mount Sinai Medical Center. No dia 8, enquanto convalescia da cirurgia, Tom Jobim teve uma parada cardíaca, às 8h. E uma segunda parada, duas horas depois, que foi fatal.
Seu corpo desembarcou no Rio de Janeiro no dia 9 e foi velado no Jardim Botânico, dali seguindo para o Cemitério de São João Batista, após desfilar em cortejo pela cidade.
Folha de S. Paulo; Site oficial de Tom Jobim
Manuel Bandeira
Poética
Estou farto do lirismo comedido
Do lirismo bem comportado
Do lirismo funcionário público com livro de ponto expediente
protocolo e manifestações de apreço ao Sr. Diretor.
Estou farto do lirismo que pára e vai averiguar no dicionário o
cunho vernáculo de um vocábulo.
Abaixo os puristas
Todas as palavras sobretudo os barbarismos universais
Todas as construções sobretudo as sintaxes de excepção
Todos os ritmos sobretudo os inumeráveis
Estou farto do lirismo namorador
Político
Raquítico
Sifilítico
De todo lirismo que capitula ao que quer que seja fora
de si mesmo
De resto não é lirismo
Será contabilidade tabela de co-senos secretário
do amante exemplar com cem modelos de cartas
e as diferentes maneiras de agradar às mulheres, etc.
Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbados
O lirismo difícil e pungente dos bêbedos
O lirismo dos clowns de Shakespeare
- Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.
Desencanto
Eu faço versos como quem chora
De desalento... de desencanto...
Fecha o meu livro, se por agora
Não tens motivo nenhum de pranto.
Meu verso é sangue. Volúpia ardente...
Tristeza esparsa... remorso vão...
Dói-me nas veias. Amargo e quente,
Cai, gota a gota, do coração.
E nestes versos de angústia rouca
Assim dos lábios a vida corre,
Deixando um acre sabor na boca.
- Eu faço versos como quem morre.
Arte de Amar
Se queres sentir a felicidade de amar, esquece a tua alma.
A alma é que estraga o amor.
Só em Deus ela pode encontrar satisfação.
Não noutra alma.
Só em Deus — ou fora do mundo.
As almas são incomunicáveis.
Deixa o teu corpo entender-se com outro corpo.
Porque os corpos se entendem, mas as almas não.
Quando estás vestidas,
Ninguém imagina
Os mundos que escondes
Sob as tuas roupas.
(Assim, quando é dia,
Não temos noção
Dos astros que luzem
No profundo céu.
Mas a noite é nua,
E, nua na noite,
Palpitam teus mundos
E os mundos da noite
O último poema
Assim eu quereria o meu último poema.
Que fosse terno dizendo as coisas mais simples e menos intencionais
Que fosse ardente como um soluço sem lágrimas
Que tivesse a beleza das flores quase sem perfume
A pureza da chama em que se consomem os diamantes mais límpidos
A paixão dos suicidas que se matam sem explicação.
A morte absoluta
Morrer.
Morrer de corpo e de alma.
Completamente.
Morrer sem deixar o triste despojo da carne,
A exangue máscara de cera,
Cercada de flores,
Que apodrecerão – felizes! – num dia,
Banhada de lágrimas
Nascidas menos da saudade do que do espanto da morte.
Morrer sem deixar porventura uma alma errante...
A caminho do céu?
Mas que céu pode satisfazer teu sonho de céu?
Morrer sem deixar um sulco, um risco, uma sombra,
A lembrança de uma sombra
Em nenhum coração, em nenhum pensamento,
Em nenhuma epiderme.
Morrer tão completamente
Que um dia ao lerem o teu nome num papel
Perguntem: "Quem foi?..."
Morrer mais completamente ainda,
– Sem deixar sequer esse nome.
Estou farto do lirismo comedido
Do lirismo bem comportado
Do lirismo funcionário público com livro de ponto expediente
protocolo e manifestações de apreço ao Sr. Diretor.
Estou farto do lirismo que pára e vai averiguar no dicionário o
cunho vernáculo de um vocábulo.
Abaixo os puristas
Todas as palavras sobretudo os barbarismos universais
Todas as construções sobretudo as sintaxes de excepção
Todos os ritmos sobretudo os inumeráveis
Estou farto do lirismo namorador
Político
Raquítico
Sifilítico
De todo lirismo que capitula ao que quer que seja fora
de si mesmo
De resto não é lirismo
Será contabilidade tabela de co-senos secretário
do amante exemplar com cem modelos de cartas
e as diferentes maneiras de agradar às mulheres, etc.
Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbados
O lirismo difícil e pungente dos bêbedos
O lirismo dos clowns de Shakespeare
- Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.
Desencanto
Eu faço versos como quem chora
De desalento... de desencanto...
Fecha o meu livro, se por agora
Não tens motivo nenhum de pranto.
Meu verso é sangue. Volúpia ardente...
Tristeza esparsa... remorso vão...
Dói-me nas veias. Amargo e quente,
Cai, gota a gota, do coração.
E nestes versos de angústia rouca
Assim dos lábios a vida corre,
Deixando um acre sabor na boca.
- Eu faço versos como quem morre.
Arte de Amar
Se queres sentir a felicidade de amar, esquece a tua alma.
A alma é que estraga o amor.
Só em Deus ela pode encontrar satisfação.
Não noutra alma.
Só em Deus — ou fora do mundo.
As almas são incomunicáveis.
Deixa o teu corpo entender-se com outro corpo.
Porque os corpos se entendem, mas as almas não.
Quando estás vestidas,
Ninguém imagina
Os mundos que escondes
Sob as tuas roupas.
(Assim, quando é dia,
Não temos noção
Dos astros que luzem
No profundo céu.
Mas a noite é nua,
E, nua na noite,
Palpitam teus mundos
E os mundos da noite
O último poema
Assim eu quereria o meu último poema.
Que fosse terno dizendo as coisas mais simples e menos intencionais
Que fosse ardente como um soluço sem lágrimas
Que tivesse a beleza das flores quase sem perfume
A pureza da chama em que se consomem os diamantes mais límpidos
A paixão dos suicidas que se matam sem explicação.
A morte absoluta
Morrer.
Morrer de corpo e de alma.
Completamente.
Morrer sem deixar o triste despojo da carne,
A exangue máscara de cera,
Cercada de flores,
Que apodrecerão – felizes! – num dia,
Banhada de lágrimas
Nascidas menos da saudade do que do espanto da morte.
Morrer sem deixar porventura uma alma errante...
A caminho do céu?
Mas que céu pode satisfazer teu sonho de céu?
Morrer sem deixar um sulco, um risco, uma sombra,
A lembrança de uma sombra
Em nenhum coração, em nenhum pensamento,
Em nenhuma epiderme.
Morrer tão completamente
Que um dia ao lerem o teu nome num papel
Perguntem: "Quem foi?..."
Morrer mais completamente ainda,
– Sem deixar sequer esse nome.
Algumas Frases de Fernando Pessoa
Escrever é esquecer. A literatura é a maneira mais agradável de ignorar a vida. A música embala, as artes visuais animam, as artes vivas (como a dança e a arte de representar) entretêm. A primeira, porém, afasta-se da vida por fazer dela um sono; as segundas, contudo, não se afastam da vida - umas porque usam de fórmulas visíveis e portanto vitais, outras porque vivem da mesma vida humana. Não é o caso da literatura. Essa simula a vida. Um romance é uma história do que nunca foi e um drama é um romance dado sem narrativa. Um poema é a expressão de ideias ou de sentimentos em linguagem que ninguém emprega, pois que ninguém fala em verso.
Fernando Pessoa
O verdadeiro sábio é aquele que assim se dispõe que os acontecimentos exteriores o alterem minimamente. Para isso precisa couraçar-se cercando-se de realidades mais próximas de si do que os fatos, e através das quais os fatos, alterados para de acordo com elas, lhe chegam.
O verdadeiro sábio é aquele que assim se dispõe que os acontecimentos exteriores o alterem minimamente. Para isso precisa couraçar-se cercando-se de realidades mais próximas de si do que os fatos, e através das quais os fatos, alterados para de acordo com elas, lhe chegam.
Fernando Pessoa
Conformar-se é submeter-se e vencer é conformar-se, ser vencido. Por isso toda a vitória é uma grosseria. Os vencedores perdem sempre todas as qualidades de desalento com o presente que os levaram à luta que lhes deu a vitória. Ficam satisfeitos, e satisfeito só pode estar aquele que se conforma, que não tem a mentalidade do vencedor. Vence só quem nunca consegue.
Conformar-se é submeter-se e vencer é conformar-se, ser vencido. Por isso toda a vitória é uma grosseria. Os vencedores perdem sempre todas as qualidades de desalento com o presente que os levaram à luta que lhes deu a vitória. Ficam satisfeitos, e satisfeito só pode estar aquele que se conforma, que não tem a mentalidade do vencedor. Vence só quem nunca consegue.
Fernando Pessoa
O amor romântico é como um traje, que, como não é eterno, dura tanto quanto dura; e, em breve, sob a veste do ideal que formámos, que se esfacela, surge o corpo real da pessoa humana, em que o vestimos. O amor romântico, portanto, é um caminho de desilusão. Só o não é quando a desilusão, aceite desde o príncipio, decide variar de ideal constantemente, tecer constantemente, nas oficinas da alma, novos trajes, com que constantemente se renove o aspecto da criatura, por eles vestida.
O amor romântico é como um traje, que, como não é eterno, dura tanto quanto dura; e, em breve, sob a veste do ideal que formámos, que se esfacela, surge o corpo real da pessoa humana, em que o vestimos. O amor romântico, portanto, é um caminho de desilusão. Só o não é quando a desilusão, aceite desde o príncipio, decide variar de ideal constantemente, tecer constantemente, nas oficinas da alma, novos trajes, com que constantemente se renove o aspecto da criatura, por eles vestida.
Fernando Pessoa
Amo como ama o amor. Não conheço nenhuma outra razão para amar senão amar. Que queres que te diga, além de que te amo, se o que quero dizer-te é que te amo?
China prende seis suspeitos e fecha 16 sites após boatos de golpe
A polícia chinesa prendeu seis pessoas e fechou 16 páginas da internet em meio à disseminação de rumores pela rede de que veículos militares estariam nas ruas de Pequim, segundo anunciaram fontes oficiais neste sábado.
As mensagens que sugeriam um possível golpe militar em curso, sem nenhuma evidência, repercutiram na última semana em alguns meios de comunicação internacionais, num momento de tensão por conta da recente demissão do prefeito da cidade de Chongqing, Bo Xilai, um dos políticos mais populares do país. Antes das prisões e dos fechamentos de sites anunciados neste sábado, os censores chineses já vinham bloqueando as buscas por termos ligados a Bo.
O departamento do governo que controla a internet no país afirmou que os rumores sobre golpe eram "uma influência muito negativa sobre o público".
Dois populares serviços de microblogs no país - Sina Weibo e Tencent Weibo, semelhantes ao Twitter - interromperam temporariamente os comentários sobre posts de outros usuários. Segundo eles, os comentários ficarão desativados entre este sábado e a terça-feira para que eles possam "agir para interromper a disseminação de boatos".
Um porta-voz do departamento de internet afirmou à agência Xinhua que os dois serviços foram "criticados e punidos de acordo". Ele afirmou ainda que várias outras pessoas foram "advertidas ou educadas".
A ação das autoridades chinesas contra as supostas fontes dos rumores de golpe mostram uma forte preocupação das autoridades chinesas em manter a estabilidade em um momento de transição política e de desaceleração econômica no país.
Em um editorial, o Diário do Povo, jornal oficial do Partido Comunista, afirmou que "os boatos na internet e as mentiras embaladas como 'fatos' transformam as conjecturas em 'realidades', alimentam a confusão online e perturbam as mentes das pessoas". "Se forem deixados fora de controle, eles perturbarão seriamente a ordem social, afetarão a estabilidade social e farão mal à integridade social", complementou o jornal.
O país se prepara para iniciar o processo de mudança na liderança do país, num ritual que ocorre apenas uma vez a cada dez anos. A demissão de Bo Xilai, considerado até então um dos favoritos para promoção no politburo do Partido Comunista, sugere uma feroz batalha de bastidores pelo controle do partido.
Bo foi retirado de seu cargo após o chefe da polícia da cidade, que tem cerca de 30 milhões de habitantes, ter buscado refúgio no consulado americano, supostamente após ter iniciado uma investigação sobre familiares do prefeito. Desde então, uma série de acusações vêm sendo divulgadas contra Bo.
No início da semana divulgou-se a informação de que o governo do Reino Unido teria pedido às autoridades chinesas que reabrissem as investigações sobre a morte do empresário britânico Neil Heywood, supostamente amigo próximo do ex-prefeito.
Com BBC
Cuba declara Sexta-Feira Santa feriado
Cuba honrou um pedido do papa Bento XVI e declarou a Sexta-Feira Santa da próxima semana um feriado pela primeira vez desde a revolução de 1959, mas uma decisão sobre se a medida será permanente terá que esperar. O governo cubano informou em um comunicado neste sábado que a decisão foi tomada em razão do sucesso da "visita transcendental" do pontífice ao país, que terminou na quarta-feira. O Conselho de Ministros, órgão supremo de governança, decidirá mais tarde se tornará o feriado permanente.
O apelo de Bento XVI lembrou o feito pelo seu antecessor, João Paulo II, em 1998, para que o Natal fosse em restituído como feriado. Os feriados religiosos foram abolidos na década de 60, depois que os irmãos Fidel e Raul Castro terem chegaram ao poder, dando início a um governo marxista.
A Sexta-Feira Santa é um dia em que os católicos comemoram a morte de Cristo, mas não é feriado nos Estados Unidos, na maioria da Europa e, até mesmo, no México, o país de idioma espanhol mais católico do mundo.
Cuba removeu as referência ao ateísmo da constituição nos anos 90, aquecendo as relações com a Igreja. Ainda assim, menos de 10% da população cubana pratica o catolicismo. O papa Bento XVI foi recebido por multidões, mas não pela esmagadora maioria, durante a visita de três dias ao país.
Os cubanos disseram estar emocionados e ligeiramente incrédulos sobre o dia de folga. "Eu estou feliz por não ter que trabalhar, mas eu realmente não entendo nada disso", disse Roberto Blanco, 38 anos. "Primeiro nos dizem que precisamos trabalhar duro para sair da crise econômica, e agora nos dão um dia de folha. O papa vem e não trabalhamos? Eu não entendo isso."
Mirta Salgado, 51 anos, reconheceu não ser muito religiosa e disse: "As coisas que acontecem no meu país são incríveis. Depois de 50 anos nos dizendo que a igreja é má, agora eles afirmam que é boa e nos dão a Sexta-feira Santa." As informações são da Associated Press.
O apelo de Bento XVI lembrou o feito pelo seu antecessor, João Paulo II, em 1998, para que o Natal fosse em restituído como feriado. Os feriados religiosos foram abolidos na década de 60, depois que os irmãos Fidel e Raul Castro terem chegaram ao poder, dando início a um governo marxista.
A Sexta-Feira Santa é um dia em que os católicos comemoram a morte de Cristo, mas não é feriado nos Estados Unidos, na maioria da Europa e, até mesmo, no México, o país de idioma espanhol mais católico do mundo.
Cuba removeu as referência ao ateísmo da constituição nos anos 90, aquecendo as relações com a Igreja. Ainda assim, menos de 10% da população cubana pratica o catolicismo. O papa Bento XVI foi recebido por multidões, mas não pela esmagadora maioria, durante a visita de três dias ao país.
Os cubanos disseram estar emocionados e ligeiramente incrédulos sobre o dia de folga. "Eu estou feliz por não ter que trabalhar, mas eu realmente não entendo nada disso", disse Roberto Blanco, 38 anos. "Primeiro nos dizem que precisamos trabalhar duro para sair da crise econômica, e agora nos dão um dia de folha. O papa vem e não trabalhamos? Eu não entendo isso."
Mirta Salgado, 51 anos, reconheceu não ser muito religiosa e disse: "As coisas que acontecem no meu país são incríveis. Depois de 50 anos nos dizendo que a igreja é má, agora eles afirmam que é boa e nos dão a Sexta-feira Santa." As informações são da Associated Press.
Hillary: cooperação do Golfo Pérsico para conter Irã
A secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, afirmou neste sábado que os Estados Unidos buscam melhorar as estratégias em segurança marítima e defesa de mísseis com os países do Golfo Pérsico, a fim de conter a ameaça do Irã.
Em uma conferência na Arábia Saudita, ela informou que os EUA e os governos da região compartilham preocupações sobre a atividade nuclear e a interferência nos assuntos dos países árabes por parte do Irã. A secretária declarou ainda que a parceria tem um "enorme potencial" de progredir no que se refere aos interesses comuns.
Hillary acrescentou que o compromisso dos EUA com o Golfo Pérsico é "sólido e inacabável." Ela se reuniu ontem por cerca de duas horas com o rei saudita Abdullah para discutir questões que variam desde a estabilidade do mercado de petróleo até a pressão para acabar com o regime de violência de Bashar Assad.
No domingo, a secretária de Estado norte-americana participará de uma conferência do grupo dos 60 países Amigos do Povo Sírio, incluindo o Brasil, onde discutirá a situação da oposição síria. As informações são da Associated Press.
Cientistas dão sinal verde à divulgação de estudo sobre a gripe aviária
Um painel não governamental de especialistas nos Estados Unidos deu sinal verde, nesta sexta-feira (30), à publicação completa de dois estudos sobre a gripe aviária mutante, revertendo a decisão anterior de impedir a divulgação de detalhes importantes das pesquisas.
Em comunicado, o Conselho Nacional Científico de Biossegurança (NSABB) disse que a publicação do estudo não representa risco.
- Os dados descritos nos manuscritos revistos não parecem fornecer informação que permita de imediato o uso indevido dessa investigação, de forma que possa pôr em risco a saúde pública ou a segurança nacional.
Especialistas dos Estados Unidos se opuseram anteriormente à publicação desses estudos - que mostravam como um vírus da gripe H5N1 gerado em laboratório poderia ser transmitido facilmente através do ar entre os furões - por temor de que a informação terminasse em mãos equivocadas e desencadeasse uma pandemia mortal de gripe.
Depois de uma reunião para rever os últimos detalhes, os especialistas consideraram que "uma nova evidência que melhore a compreensão das mutações específicas pode ajudar a vigilância internacional, a saúde pública e a segurança".
- A cooperação global, importante para os esforços de preparação ante a influenza pandêmica, baseia-se no livre intercâmbio de informação e é um princípio fundamental na avaliação destes manuscritos.
O NSABB foi objeto de críticas depois de resolver por unanimidade, em dezembro do ano passado, que dois estudos financiados pelos Estados Unidos, um de uma equipe de Wisconsin e outro dirigido pelo cientista holandês Ron Fouchier, não deveriam ser publicados, a não ser que fossem retirado sdetalhes que prevenissem a reprodução do vírus.
A gripe aviária é responsável pela morte de mais da metade das pessoas que infecta, o que é considerado muito mais letal que as cepas típicas do vírus.
Segundo a Organização Mundial de Saúde, houve 573 casos de gripe aviária H5N1 em humanos em 15 países desde 2003, com 58,6% de óbitos.
Fifa obriga clubes a liberarem jogadores para Olimpíadas
A Fifa decidiu que os clubes serão obrigados a liberarem os jogadores que forem convocados para os Jogos Olímpicos de Londres, ainda que o torneio de futebol masculino não seja considerado uma ‘data Fifa’ (período do calendário pré-determinado pela entidade voltado exclusivamente para as seleções).
Nas últimas edições das Olimpíadas houve desacordo entre clubes e confederações, já que muitas equipes se mostraram contrários a liberarem seus atletas para defender as seleções nos torneios de futebol dos Jogos Olímpicos.
Com a decisão da Fifa, os clubes agora serão obrigados a liberarem seus jogadores, sem qualquer tipo de reclamação ou contestação. Os clubes brasileiros já preveem desfalques significativos durante um longo período em meio ao Campeonato Brasileiro.
Ainda não existe um cronograma definido para a preparação e disputa dos Jogos Olímpicos, mas estima-se que as Olimpíadas poderão fazer com que os jogadores desfalquem suas equipes por até 12 rodadas. Casos de times como Santos – com Neymar e Ganso – e São Paulo – com o meia Lucas – deverão ser alguns dos prejudicados com o torneio.
Machado de Assis
(...) Assim são as páginas da vida,
como dizia meu filho quando fazia versos,
e acrescentava que as páginas vão
passando umas sobre as outras,
esquecidas apenas lidas.
"Suje-se Gordo!"
Joaquim Maria Machado de Assis, cronista, contista, dramaturgo, jornalista, poeta, novelista, romancista, crítico e ensaísta, nasceu na cidade do Rio de Janeiro em 21 de junho de 1839. Filho de um operário mestiço de negro e português, Francisco José de Assis, e de D. Maria Leopoldina Machado de Assis, aquele que viria a tornar-se o maior escritor do país e um mestre da língua, perde a mãe muito cedo e é criado pela madrasta, Maria Inês, também mulata, que se dedica ao menino e o matricula na escola pública, única que freqüentará o autodidata Machado de Assis.
De saúde frágil, epilético, gago, sabe-se pouco de sua infância e início da juventude. Criado no morro do Livramento, consta que ajudava a missa na igreja da Lampadosa. Com a morte do pai, em 1851, Maria Inês, à época morando em São Cristóvão, emprega-se como doceira num colégio do bairro, e Machadinho, como era chamado, torna-se vendedor de doces. No colégio tem contato com professores e alunos e é até provável que assistisse às aulas nas ocasiões em que não estava trabalhando.
Mesmo sem ter acesso a cursos regulares, empenhou-se em aprender. Consta que, em São Cristóvão, conheceu uma senhora francesa, proprietária de uma padaria, cujo forneiro lhe deu as primeiras lições de Francês. Contava, também, com a proteção da madrinha D. Maria José de Mendonça Barroso, viúva do Brigadeiro e Senador do Império Bento Barroso Pereira, proprietária da Quinta do Livramento, onde foram agregados seus pais.
Aos 16 anos, publica em 12-01-1855 seu primeiro trabalho literário, o poema "Ela", na revista Marmota Fluminense, de Francisco de Paula Brito. A Livraria Paula Brito acolhia novos talentos da época, tendo publicado o citado poema e feito de Machado de Assis seu colaborador efetivo.
Com 17 anos, consegue emprego como aprendiz de tipógrafo na Imprensa Nacional, e começa a escrever durante o tempo livre. Conhece o então diretor do órgão, Manuel Antônio de Almeida, autor de Memórias de um sargento de milícias, que se torna seu protetor.
Em 1858 volta à Livraria Paula Brito, como revisor e colaborador da Marmota, e ali integra-se à sociedade lítero-humorística Petalógica, fundada por Paula Brito. Lá constrói o seu círculo de amigos, do qual faziam parte Joaquim Manoel de Macedo, Manoel Antônio de Almeida, José de Alencar e Gonçalves Dias.
Começa a publicar obras românticas e, em 1859, era revisor e colaborava com o jornal Correio Mercantil. Em 1860, a convite de Quintino Bocaiúva, passa a fazer parte da redação do jornal Diário do Rio de Janeiro. Além desse, escrevia também para a revista O Espelho (como crítico teatral, inicialmente), A Semana Ilustrada(onde, além do nome, usava o pseudônimo de Dr. Semana) eJornal das Famílias.
Seu primeiro livro foi impresso em 1861, com o título Queda que as mulheres têm para os tolos, onde aparece como tradutor. No ano de 1862 era censor teatral, cargo que não rendia qualquer remuneração, mas o possibilitava a ter acesso livre aos teatros. Nessa época, passa a colaborar em O Futuro, órgão sob a direção do irmão de sua futura esposa, Faustino Xavier de Novais.
Publica seu primeiro livro de poesias em 1864, sob o título de Crisálidas.
Em 1867, é nomeado ajudante do diretor de publicação do Diário Oficial.
Agosto de 1869 marca a data da morte de seu amigo Faustino Xavier de Novais, e, menos de três meses depois, em 12 de novembro de 1869, casa-se com Carolina Augusta Xavier de Novais.
Nessa época, o escritor era um típico homem de letras brasileiro bem sucedido, confortavelmente amparado por um cargo público e por um casamento feliz que durou 35 anos. D. Carolina, mulher culta, apresenta Machado aos clássicos portugueses e a vários autores da língua inglesa.
Sua união foi feliz, mas sem filhos. A morte de sua esposa, em 1904, é uma sentida perda, tendo o marido dedicado à falecida o soneto Carolina, que a celebrizou.
Seu primeiro romance, Ressurreição, foi publicado em 1872. Com a nomeação para o cargo de primeiro oficial da Secretaria de Estado do Ministério da Agricultura, Comércio e Obras Públicas, estabiliza-se na carreira burocrática que seria o seu principal meio de subsistência durante toda sua vida.
No O Globo de então (1874), jornal de Quintino Bocaiúva, começa a publicar em folhetins o romance A mão e a luva. Escreveu crônicas, contos, poesias e romances para as revistas O Cruzeiro, A Estação e Revista Brasileira.
Sua primeira peça teatral é encenada no Imperial Teatro Dom Pedro II em junho de 1880, escrita especialmente para a comemoração do tricentenário de Camões, em festividades programadas pelo Real Gabinete Português de Leitura.
Na Gazeta de Notícias, no período de 1881 a 1897, publica aquelas que foram consideradas suas melhores crônicas.
Em 1881, com a posse como ministro interino da Agricultura, Comércio Obras Públicas do poeta Pedro Luís Pereira de Sousa, Machado assume o cargo de oficial de gabinete.
Publica, nesse ano, um livro extremamente original , pouco convencional para o estilo da época: Memórias Póstumas de Brás Cubas -- que foi considerado, juntamente com O Mulato, de Aluísio de Azevedo, o marco do realismo na literatura brasileira.
Extraordinário contista, publica Papéis Avulsos em 1882, Histórias sem data(1884), Vária Histórias (1896), Páginas Recolhidas (1889), e Relíquias da casa velha (1906).
Torna-se diretor da Diretoria do Comércio no Ministério em que servia, no ano de 1889.
Grande amigo do escritor paraense José Veríssimo, que dirigia a Revista Brasileira, em sua redação promoviam reuniões os intelectuais que se identificaram com a idéia de Lúcio de Mendonça de criar uma Academia Brasileira de Letras. Machado desde o princípio apoiou a idéia e compareceu às reuniões preparatórias e, no dia 28 de janeiro de 1897, quando se instalou a Academia, foi eleito presidente da instituição, cargo que ocupou até sua morte, ocorrida no Rio de Janeiro em 29 de setembro de 1908. Sua oração fúnebre foi proferida pelo acadêmico Rui Barbosa.
É o fundador da cadeira nº. 23, e escolheu o nome de José de Alencar, seu grande amigo, para ser seu patrono.
Por sua importância, a Academia Brasileira de Letras passou a ser chamada de Casa de Machado de Assis.
Dizem os críticos que Machado era "urbano, aristocrata, cosmopolita, reservado e cínico, ignorou questões sociais como a independência do Brasil e a abolição da escravatura. Passou ao longe do nacionalismo, tendo ambientado suas histórias sempre no Rio, como se não houvesse outro lugar. ... A galeria de tipos e personagens que criou revela o autor como um mestre da observação psicológica. ... Sua obra divide-se em duas fases, uma romântica e outra parnasiano-realista, quando desenvolveu inconfundível estilo desiludido, sarcástico e amargo. O domínio da linguagem é sutil e o estilo é preciso, reticente. O humor pessimista e a complexidade do pensamento, além da desconfiança na razão (no seu sentido cartesiano e iluminista), fazem com que se afaste de seus contemporâneos."
BIBLIOGRAFIA:
Comédia
Desencantos, 1861.
Tu, só tu, puro amor, 1881.
Poesia
Crisálidas, 1864.
Falenas, 1870.
Americanas, 1875.
Poesias completas, 1901.
Romance
Ressurreição, 1872.
A mão e a luva, 1874.
Helena, 1876.
Iaiá Garcia, 1878.
Memórias Póstumas de Brás Cubas, 1881.
Quincas Borba, 1891.
Dom Casmurro, 1899.
Esaú Jacó, 1904.
Memorial de Aires, 1908.
Conto:
Contos Fluminenses,1870.
Histórias da meia-noite, 1873.
Papéis avulsos, 1882.
Histórias sem data, 1884.
Várias histórias, 1896.
Páginas recolhidas, 1899.
Relíquias de casa velha, 1906.
Teatro
Queda que as mulheres têm para os tolos, 1861
Desencantos, 1861
Hoje avental, amanhã luva, 1861.
O caminho da porta, 1862.
O protocolo, 1862.
Quase ministro, 1863.
Os deuses de casaca, 1865.
Tu, só tu, puro amor, 1881.
Algumas obras póstumas
Crítica, 1910.
Teatro coligido, 1910.
Outras relíquias, 1921.
Correspondência, 1932.
A semana, 1914/1937.
Páginas escolhidas, 1921.
Novas relíquias, 1932.
Crônicas, 1937.
Contos Fluminenses - 2º. volume, 1937.
Crítica literária, 1937.
Crítica teatral, 1937.
Histórias românticas, 1937.
Páginas esquecidas, 1939.
Casa velha, 1944.
Diálogos e reflexões de um relojoeiro, 1956.
Crônicas de Lélio, 1958.
Conto de escola, 2002.
Antologias
Obras completas (31 volumes), 1936.
Contos e crônicas, 1958.
Contos esparsos, 1966.
Contos: Uma Antologia (02 volumes), 1998
Em 1975, a Comissão Machado de Assis, instituída pelo Ministério da Educação e Cultura, organizou e publicou as Edições críticas de obras de Machado de Assis, em 15 volumes.
Seus trabalhos são constantemente republicados, em diversos idiomas, tendo ocorrido a adaptação de alguns textos para o cinema e a televisão.
Governo da Siria garante que 'derrotou os rebeldes'
BRASÍLIA (Agência Brasil) - O regime sírio declarou hoje (31) ter derrotado os rebeldes “de uma vez por todas”, mas os combates continuam perto de Damasco e em outras cidades, de acordo com agência noticiosa francesa AFP. “A luta para derrubar o Estado na Síria acabou de uma vez por todas e começou uma nova luta, a da consolidação da estabilidade e da construção da nova Síria”, afirmou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Jihad Makdessi, citado pela Sana. a agência oficial de notícias síria.
No entanto, segundo a AFP, persistiam os combates em Homs, reduto dos rebeldes, bombardeada pelo governo sírio esta manhã. Ainda de acordo com a AFP, citando o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), foram registados violentos combates também nos arredores de Damasco e na região de Deraa, no Sul do país.
Há mais de um ano perdura um levante popular contra o regime do presidente Bashar al-Assad. Nas últimas semanas, a rebelião assumiu as proporções de uma guerra civil, com grupos de desertores do exército lançando ofensivas contra o regime. A escalada militar da revolta tem resultado em combates nos principais centros urbanos da Síria.
Makdessi garantiu que “o Exército não gosta de estar em zonas residenciais e irá abandoná-las assim que a segurança seja restabelecida”.
Segundo o OSDH, já morreram pelo menos 10 mil pessoas por causa dos conflitos desde março do ano passado. As nações Unidas (ONU) têm estimativas semelhantes sobre o número de vítimas da guerra civil na Síria.
No domingo (1°), será realizada em Istambul a segunda reunião do Grupo de Amigos da Síria, com a participação de representantes de mais de 70 países. O objetivo do encontro é reforçar a pressão sobre o regime sírio para que acabe com a violenta repressão aos insurgentes. A Rússia e a China, membros do Conselho de Segurança da ONU, recusaram o convite para participar na reunião.
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