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quarta-feira, 27 de março de 2013

O APITO DO TREM



Quando o trem chegar...
Embarcarei,
sem medos tolos.
Vou enfrentar,
o tal destino,
de peito aberto.
Meu sorriso,
sempre orvalhado,
será franco.
Fundamental é...
deixar falar,
deixar chorar, deixar rolar.
O íngreme sonho...
já foi sonhado.
Pelo caminho da vida,
perdi e achei.
Deixei pedaços pelas curvas,
inalei fumaças,
arranquei suspiros,
dediquei-me em vão,
ganhei aplausos...
Hoje,
longe do que era outro dia,
desprezei a ânsia da pressa.
Quero viver a espera
em plena calmaria.
Sentei, em frente ao futuro,
com as mãos estendidas
e,
guardei meu passado numa caixa de jóias.
Tomei o calmante da certeza.
Aguardo, anestesiada...
o apito do trem.

JULENI ANDRADE

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