Félix Nadar, pseudônimo de Gaspard-Félix Tourmachon (1820 - 1910), ficou ainda mais famoso após imortalizar a figura serena de D. Pedro II nesta foto póstuma. No retrato, o ex-imperador aparece vestido em trajes oficiais, em que se destacavam os ramos de café, singularidade de seu reino tropical.
Após ir para o exílio, o primeiro baque sofrido pela família imperial, D. Pedro sofre o segundo; a morte de Dona Teresa Cristina. Profundamente consternado com a morte de sua esposa, D. Pedro II escreveu-lhe poesias, como a que segue:
"À Imperatriz Corda que estala em harpa mal tangida, Assim te vás, oh doce companheira Da fortuna e do exílio, verdadeira Metade de minh'alma entristecida! De augusto e velho tronco hastea partida E transplantada em terra brazileira, Lá te fizeste a sombra hospitaleira Em que todo infortúnio achou guarida. Feriu-te a ingratidão, no seu delírio; Cahiste, e eu fico a sós, neste abandono, Do seu sepulchro vacillante cirio! Como foste feliz! Dorme o seu somno, Mãe do povo, acabou-se o teu martyrio, Filha de Reis, ganhaste um grande throno! D. Pedro D'Alcantara"
Seus últimos dois anos de vida foram solitários e melancólicos, vivendo em hotéis modestos com quase nenhum recurso e escrevendo em seu diário sobre sonhos em que lhe era permitido retornar ao Brasil. Morreu após contrair uma pneumonia.
Foto de Félix Nadar. Albúmen, Carte Cabinet, 20,5 X 27,7 cm, Paris, 1891. Coleção D. João de Orleans e Bragança. Acervo Instituto Moreira Salles.
Fontes:
- Carvalho, José Murilo de. D. Pedro II: ser ou não ser. São Paulo: Companhia das Letras, 2007.
- KOSSOY, Boris. Um olhar sobre o Brasil: A fotografia na construção da imagem da nação (1833 - 2003). 1° edição. São Paulo: Fundación Mapfre e Editora Objetiva, 2012. p. 1117.
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