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quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

“Ao Longo Das Janelas Mortas”


Ao longo das janelas mortas

Meu passo bate as calçadas.

Que estranho bate!…Será

Que a minha perna é de pau?

Ah, que esta vida é automática!

Estou exausto da gravitação dos astros!

Vou dar um tiro neste poema horrivel!

Vou apitar chamando os guardas, os anjos, Nosso

[Senhor, as prostitutas, os mortos!

Venham ver a minha degradação,

A minha sede insaciável de não sei o quê,

As minhas rugas.

Tombai, estrelas de conta,

Lua falsa de papelão,

Manto bordado do céu!

Tombai, cobri com a santa inutilidade vossa

Esta carcaça miserável de sonho…

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