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terça-feira, 4 de setembro de 2012

HISTÓRIA MAL CONTADA





Quis fazer a quarta história

com rainhas bem malvadas,

princesinhas delicadas

e os nobres mais diversos.

Quis também fazê-la em versos,

bem rimada e na medida

pra ficar mais divertida

de contar pra vocês.





No início, até foi fácil:

inventei que um certo conde

escondeu, sei lá onde,

o chapéu da princesinha,

a coroa da rainha

e a peruca da duquesa,

pra depois, por malvadeza,

pôr a culpa no marquês.

(...)

vasculhei quarenta quartos

cem caixotes, mil gavetas,

cento e trinta e três saletas

e um porão empoeirado.

Tudo em vão! Desanimado,

sem poder fingir mais nada,

eu gritei: “Que palhaçada

que o maldito conde fez!”







Eu já ia desistindo,

quando tive uma surpresa:

descobri, perto da mesa,

um baú misterioso,

que eu, muito curioso,

logo vi estar trancado,

mas um pontapé bem dado

fez a coisa abrir de vez.





Achei lá uma coroa,

um chapéu, uma peruca

e – que coisa mais maluca –

um gatinho siamês,

um cachorro pequinês,

uma taça de xerez,

um boné de lã xadrez

e o coitado do marquês!






O chapéu, dei pra princesa,

A peruca, pra duquesa,

A coroa, pra rainha,

Um ossinho pro cachorro,

Uma anchova pro gatinho

E um golinho no xerez;

Pus o boné na cabeça...

E dei adeus pro marquês.

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