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quarta-feira, 21 de março de 2012

Atirador de Toulouse já havia sido preso mais de 15 vezes

Jornal do Brasil

O nome Mohammed Merah ficará marcado no rol dos atos de violência terroristas. Aos 23 anos, Merah é suspeito de sete assassinatos em Toulouse e Montauban, no sul da França. Trata-se de um francês de origem argelina com antecedentes criminais, que, após passagem pelo Paquistão e Afeganistão, declarou-se jihadista da facção terrorista Al-Qaeda.

Entricheirado em um prédio de Toulouse com armamento, segundo alega, Merah diz ser um mujahedine – ‘combatente de Deus’ – e um membro da AL-Qaeda, segundo informou o ministro do Interior Francês, Claude Guéant.

Nascido em 10 de outubro de 1988 em Toulouse, possui relações com pessoas ligadas ao salafismo e jihadismo. De acordo com Guéant, ele realizou duas viagens, uma ao Afeganistão e outra ao Paquistão.

O modo de operação do atirador, que matou a sangue frio três militares, três crianças e um professor judeus, remetia desde o início da investigação a alguém treinado e acostumado com o manejo de armas. Segundo uma fonte policial, recentemente foi negado a ele seu pedido de entrada no exército.

Guéant descreve o suspeito como "determinado, com muito sangue frio". Testemunhos, citados na terça-feira pelo procurador de Paris, François Molins, o descrevem como um homem branco, com uma silhueta delgada e com mais ou menos 1,70m de altura. O suspeito explicou aos negociadores que "queria vingar a morte de crianças palestinas", ao atacar a escola judaica.

O suspeito era vigiado há vários anos pela DCRI (Direção Central da Inteligência Interna), acrescentou o ministro Guéant. "Ele cometeu várias infrações de direito comum, incluindo algumas com violência", disse. Segundo uma fonte policial, foram 18 no total.

Envolvimento

Segundo o jornal francês Le Figaro, os dois irmãos do homem também foram detidos pela polícia, que buscar verificar suas atuações nas mortes. François Molins, afirmou que um dos irmãos, Abdelkader, de 29 anos, havia demonstrado interesse em se juntar a jihadistas no Iraque. A mãe de Merah, como é comum no caso dos extremistas, não quis entrar em contato com o filho, alegando que não tem mais influência sobre ele.

O procurador informou que Merah foi ao Afeganistão por seus próprios meios e foi treinado pela al-Qaeda em uma região fronteiriça a Waziristão. Segundo Molins, ele foi capturado pela polícia afegã e entregue aos americanos, que o enviaram de volta à França. Ainda, o procurador afirmou que "a partir de meados de agosto a meados de Outubro de 2011," Merah esteve no Paquistão, uma estadia encurtada por conta de uma hepatite A. No entanto, disse que aparentemente ele "não pode ser ligado a uma organização estruturada".

Histórico

Mohamed Merah era conhecido da polícia de Toulouse por envolvimento com o tráfico de drogas. Molins disse que ele havia sido condenado "quinze vezes" quando ele era menor de idade. Segundo o promotor, ele tinha um "perfil violento" desde a infância.

Seu advogado para esses delitos, Christian Etelin, declarou que seu cliente foi "gentil e cortês", e sempre muito discreto sobre suas posições religiosas e políticas. Ele vivia no bairro de Izards, ao nordeste de Toulouse, "uma área conhecida por tráfico de drogas", acrescentou o advogado.

Um vizinho de Merah o descreveu como “discreto” e informou que o homem nunca lhe fez nada. Amigos do jovem, que preferiram se manter anônimos, deram versões mais íntimas e diferentes da personalidade do atirador. Segundo eles, ele era apaixonado por motocicletas e futebol, como a grande parte dos jovens de sua condição social. Segundo o Figaro, um dos amigos afirmou que ele era “calmo, gentil e respeitoso” e demonstrou espanto ao vê-lo envolvido em tais circunstâncias.

De acordo com um conhecido, Merah nunca falava de política e religião, como se esses assuntos não o interessassem. Ainda, disse que o convidava para ir à Mesquita por vezes, mas o amigo não era praticante. O informante revelou que foi a uma discoteca com Merah na semana passada.

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